Crônica - vida Caipira - Manoel Messias Pereira

Crônica - Vida Caipira - Manoel Messias Pereira
São José do Rio Preto - SP, era uma cidade caipira, encravada no interior do Estado de São Paulo, tocada num mio do mato entre os pios dos bichos e os cantos dos pássaros. Passagem de boiada, sem qualquer sonho de metrópole. De repente chega gente daqui, dali, de lá de cá, e há quem diga que chegou mais do que partiu, depois nascem pessoas, sonhos.
Há quem por aqui achou um santos, há quem pensou e ergueu uma cruz. E ao lado da cruz nasceu choupanas, e nelas pessoas que foram descobrindo a ilusão de uma comunidade, de uma vida de uma viola. assim tocaram tristezas e adotaram melodias que vieram com o repicar dos sonhos da existência. Configuraram a história, a literatura refletida na veia geográfica de pequenos rios que corta essa localidade, com seus peixes, seus lírios, seus sapos, rãs, pererecas, caranguejos, e nas suas margens preás, cutia, capivaras. E na noite havia uma sinfonia de coaxares.
Assim algumas pessoas remeteram a ideia de uma noção divina sem maiores aprofundamentos filosóficos. Apenas refazendo todos os dias neste lugar os atos sagrados de repartir o pão de cada dia, e estabelecendo corriqueiramente uma eucaristia cotidiana na sinfonia rebelde e louca do som de uma rabeca que anuncia as festas religiosas de santos, com bandeiras e estrelas guias. É isto que nos movem e nos mostram os caminhos quase num conto mitológico, na busca da Paz.
A cidade de São José do Rio preto-SP, chega aos seus 163 anos, como olhar dos meninos que perifericamente expressam-se nas danças do hip-hop, que usam expressões e gírias cariocas graças a rede globo que aqui tem a TV-TEM, mas com um sotaque caipira.
Essa cidade que consta com 500 mil habitantes aproximadamente, que aqui encontraram um lar. Outros são seres de naturezas transitórias. Geralmente pessoas que encanta-se com a represa Municipal, alguns que por ali aprenderam a namorar, que observam os pássaros no fim da tarde. A cidade á assim um bem, um espaço de acolhimento e encantamento. Quem vê são José do Rio Preto-SP, grande moderna, não sabe que no seu íntimo ela resiste com o repicar da viola, com o batido do cururu, com a cana-verde, com jeito de sertaneja, matuta, chique elegante, mas com um ar bem caipira. E nela eu respiro feliz.
Manoel Messias Pereira
crônica
São José do Rio Preto - SP. Brasil

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