Crônica - O dom de sofrer - Manoel Messias Pereira



O dom de sofrer
A vida cotidiana é de dor. É de baixos salários, num país em que há uma circulação de dinheiro é exuberante. Porém maior parte deste montante está concentrada na carteira de alguém que não pertence a classe trabalhadora. Mas sim aos donos dos meios de produção. São eles que mantém a estrutura comercial, industrial e bancária, utilizando a exploração da mão de obra do trabalhador que ganha geralmente muito pouco.
Essa classe detentoras dos meio de produção no Brasil patrocinam os governantes em todos os poderes constituídos desde o poder Executivo, formados por prefeitos, governadores, e a presidente, assim também patrocinam deputados que tem uma certa aproximação dos ideais capitalistas e liberais, são eles que estão distribuídos em partidos políticos muitos destes partidos sem quaisquer sinais ideológicos de necessidade da populações. São com certeza agrupamentos de senhores e senhoras, que desejam meter a mão no dinheiro público, por isto deixam-se contaminar com as doações de campanhas todas muito bem aprovadas pelo poder judiciário.Muitos destes pseudos partidos são alugados e quem pagar aqui ou ali, tem a sigla na mão por isto eles ficam putos quando falamos em ideologia, em filósofos, em sociólogos, cientistas políticos.
As campanhas são absolutamente caras propositalmente para evitar que a classe trabalhadora possa organizar-se e participar das campanhas, com teorias políticas, com organizações de massa, trabalho administrativo, com a dificuldades para pagar o contador, o advogado e até mesmo de manter a conta aberta nos estabelecimentos bancário.
Essa organização politica brasileira é a abertura clara e evidente para a manutenção da corrupção. Para a não compreensão entre o que é público e o que é privado. Ou seja a vida politica no Brasil, pode se dita como um balaio de gato. Mas tem pra alimentar essa cambada de gatos ágeis, tem que manter-se uma boa ninhada de ratos, que nós podemos conferir no contexto das Operações Lava-jato, que envolveram até o momento empresas públicas como a Petrobrás a Eletrobrás e sei lá se há outras sacanagens envolvendo empreiteiros, madeireiros. E nossos políticos patrocinados de ternos cinzas e gravatas.
São eles os deputados e os senadores que determinam, as leis que seguimos e são os executivos que mal executam seus trabalhos, por isto temos uma saúde em que as pessoas ficam nas filas, em que os hospitais enchem-se de pessoas chorando doentes, em que pessoas ficam nas filas pra exames, e muitas morrem por falta de uma prestação publica da medicina. Outros filhos deste país são vítimas de uma escola que falta tudo. Tem professores, mas temos condições inadequadas para o trabalho.
E todos os dias sentimos que vivemos uma tragédia grega, sem andar de máscaras. Só que na tragédia grega os homens choravam e sofriam por não aceitar a vontade divina. Agora no contexto da vida comum que temos pra respirar o divino pouco importa. E para compensar tantas dores traçadas e organizadas pelos detentores do poder. Ou seja da burguesia e dos poderes políticos, com suas formas, suas burocracias, suas repressões. Coisa comuns pra quem é o governo e alimentam um sistema político. Para aliviar a vida, recorremos as sátiras as duras sátiras e sorrimos de nossa própria desgraça.
A vida humana assim procede neste Brasil, com germes humanos voltando aos germes humanos, e o principal ponto de tensão com a organização governamental é a quebra é o descumprimento de um acordo. Ou seja trabalhamos feito loucos imensamente para ver uma melhora dos serviços públicos, ver a relação de informações afetivas entre seres da mesma espécie com uma ternura sem fim. Porém o Estado parece que abandona os pobres. E vem com as demagogias todas, com essa campanhas políticas ricas mas podres de conteúdos. Com essa mídia facistóide, que promovem debates pensando somente para os candidatos dos sistemas de corrupção e capitalismo e agora ficam brincando com as inteligencias humanas dos pobres e permitindo o crescimento dos nacionalistas. Que desejam redução da maioridade penal, a intervenção militar, controlar as ideologias e acabar com o processo filosófico nas escolas. Enfim temos dores, dores. que o Estado não conseguem acalmar com suas paupérrimas políticas sociais. E a gente apenas tem o dom de sofrer, nesta miséria capitalista, infelizmente.


Manoel Messias Pereira
cronista
Membro da Academia de Letras do Brasil - ALB
São José do Rio Preto - SP. Brasil



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