MST e a nota pública sobre a Operação Carne Fraca
NOTA PÚBLICA DO MST SOBRE A OPERAÇÃO CARNE FRACA E A CORRUPÇÃO NO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA
1.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra manifesta ao povo
brasileiro o seu posicionamento diante das denúncias envolvendo o
Agronegócio e o modelo de produção agropecuário movidos apenas pela
lógica do lucro máximo e imediato.
A irracional e crescente degradação ambiental, a exploração intensiva
de força de trabalho assalariada, a monopolização do território e
despovoamento do interior do país, além dos crimes contra os povos
indígenas, quilombolas, pescadores e camponeses, caracterizam o modelo
de agronegócio, cujo mercado capitalista impulsiona ou desacelera a
produção em face da demanda global.
2. A produção agropecuária baseada na monocultura extensiva e no uso
intensivo de agrotóxicos, destrói a biodiversidade, contamina os solos e
as águas, alteram as condições climáticas e envenenam os alimentos da
população brasileira.
Para garantir e ampliar seus privilégios, o agronegócio financia as
eleições da bancada dos parlamentares mais reacionários, a “bancada do
boi”, responsável pelo retrocesso na legislação dos direitos sociais,
trabalhistas e de preservação ambiental.
3. O golpe em curso no país, resultante de um conluio entre a Polícia
Federal, Ministério Público, Poder Judiciário e meios de comunicação de
massa, liderados pela Globo, atenta brutalmente contra os direitos das
trabalhadoras e dos trabalhadores, e dos bens naturais, entregando essa
riqueza para o mercado e as empresas transnacionais, num forte ataque à
soberania popular.
4. As denúncias da operação da Polícia Federal denominada Carne
Fraca servem como argumento para reafirmar as contradições do Modelo do
Agronegócio, principalmente em relação à saúde humana e à destruição
ambiental. Defendemos que as empresas envolvidas sejam punidas e
responsabilizadas.
5. Denunciamos que, mais uma vez, a conta está sendo paga pelas
trabalhadoras e trabalhadores da agroindústria da carne, expostos à
precarização imposta pelas empresas, e que agora com as denúncias sofrem
com as demissões em massa.
6. Denunciamos o conluio entre a mídia e o governo golpista para
escamotear o processo de corrupção entre as empresas do agronegócio e os
fiscais do Ministério da Agricultura (MAPA). Exigimos que que seja
investigada a apropriação privada desse Ministério pelo Agronegócio!
7. Reafirmamos nosso projeto de Reforma Agrária Popular, a produção
de alimentos saudáveis, o respeito à diversidade dos povos e a defesa
dos bens naturais. Combateremos sem tréguas o modelo de produção do
agronegócio e seguimos na defesa de um modelo de desenvolvimento para o
campo, baseado na cooperação agrícola, agroecologia e na soberania
popular.
8. Com a força crescente do apoio popular, seguimos denunciando que o
Agronegócio mata, envenena e sequestra o Estado Brasileiro! Nenhum
Direito a Menos! Fora Temer! Diretas Já!
Direção Nacional do MST
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