Crônica - Santa Rita de Cassia & flores e Milagres - Edvaldo Jacomelli



SANTA RITA DE CÁSCIA – flores e milagres.

A doçura de Rita imanta as abelhas brancas. Querem o mel de sua bondade. Saboreiam a serenidade de sua alma. Buscam as rosas santificadas. ...

Os anjos se aproveitam e cantam por todo o dia 22 de maio. 

Rita ouve tudo, vê a todos, celebra junto. Espalha-se entre os orifícios do vento. Leva abrigo às dores todas que toma conhecimento. Nasceu em Rocca Porena, região de Cáscia, na Itália, Província de Peruggia, ainda Margarita. Suportou humildemente as provas a ela destinadas pelo poder divino. 

Fez brotar rosa na neve. Recebeu em seu berço as abelhas brancas a sobrevoar de felicidade ao redor de seu corpo. Sua testa carregou o estigma dos espinhos de Cristo. Na viuvez tornou-se freira. Persistiu. Resistiu. Insistiu.

A impossibilidade desfez-se em suas preces e intercessões. Gritos de júbilo no silêncio perdido nas almas reencontradas. Fiéis se debruçam em cânticos. Ah! não há rosas sem espinhos, não no canteiro de Jesus. A retidão da conduta e fé.

Favos de alegria em seu dia! As montanhas italianas moldaram seu dócil temperamento. Seu esposo Paolo Ferdinando não foi muito bem em seu papel, e em suas preces Rita orou muito para que seus filhos João Tiago e Paolo Maria não vingassem a morte do marido. 
Faleceu em 22 de maio de 1457. Corpo insepulto, até hoje no Santuário de Santa Rita de Cáscia, num ataúde de cristal. O estigma do espinho na testa, de odor terrível transformou-se em perfume de excelente fragrância.

Beatificada em 1627 pelo Papa Urbano VIII e canonizada em 24 de maio de 1900 pelo Papa Leão XIII. Varais de orações pendurados nas nuvens percorrem o mundo. Alfabeto algum traduz tanta devoção. Abelhas negras sobrevoaram seu corpo na morte. 

Procissões. Novenas. Missas. Cânticos. Rosas.
Rita parece que sorri de tanto agradecimento. Faz ecoar entre seus devotos o maior dos coros uníssonos a seu clamor. Deitam-se os olhos úmidos de choro e dor na plenitude de sua advocacia. A das causas impossíveis.

A tantos quantos atendeu, intercedeu, operou sob a regência da divindade seus pedidos. Clamou. 

Mãos unidas, semblantes irradiantes, vozes emocionadas declaram imensamente as graças recebidas, pedidos atendidos, devoção imensurável.

Tapetes de pétalas, água das rosas benzidas nas igrejas limpam olhos feridos, inebriantes gestos de simpatia santificada, adoção de corações amargurados. 

Seu dia, Rita! Um dia que se estenderá por todos os outros dias do ano, multiplicando-se em articulações incessantes de atendimento voluntário aos que sofrem, pedem sua benevolência, confiam em sua dedicação incansável de ajuda.
Meu coração e minha mente agradecem!


22 mai 2016


Edvaldo Jacomelli

poeta, cronista 
Membro da Academia de Letras do Brasil - ALB
São José do Rio Preto-SP. Brasil

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