IX Encontro da Consciência Negra da UNIRP começa hoje em São José do Rio Preto



IX Encontro da Consciência Negra

A Educação e o conceito

Ao falarmos em educação e o processo de ensino aprendizagem partimos de uma premissa de que a Educação é um ato emancipatório e um processo de humanização.

Portanto alguns conceitos precisamos alicerçar nesta palestra pra ilustrar e dar caminhos de como superar os desafios nas sala de aula e na escola.


Professora Selma Garrido, diretora da Faculdade de Educação da USP

Nesta linha de pensamento observo que a professora Selma Garrido, diretora da Faculdade de educação da USP,  numa matéria da extinta revista ABC-Educatio, teceu comentários sobre as práticas democráticas na Escola e o seu exercícios de promoção da ascensão social. E o que ela deixou muito evidente é que educação é um nobre processo de humanização e que o ensino deve preparar os alunos para serem cidadãos críticos, capaz de pensar e inserir na sociedade e no mundo.

E ela disse que um gato não precisa de um processo da gatização, mas o ser humano sim é um ser que necessita de um processo para se tornar um ser humano na sua plenitude, e nisto a Educação ocorre na sociedade como um todo assim como na família, e não é exclusivo da escola. Mas a Escola é a instituição em que a educação é realizada.

A educação também precisa estar na mídia, nas famílias nos partidos políticos, nas igrejas, nas relações entre pessoas. Enfim pelo visto é preciso ter uma educação em todos os níveis da sociedade humana.

Já na escola a Educação passa por uma humanização capaz de fazer o ser humano pensar, na forma de lidar com os instrumentos que são os conhecimentos produzidos pela humanidade. No processo de se tornar humanos e fazer parte da inserção como profissional, como ser pensante, um ser filosófico.


A sociedade

A sociedade que temos e que vivemos no Brasil, tem um olhar capitalista, imperialista mesmo de forma subalterna - com  uma economia plenamente desenvolvida do ponto de vista das necessidades de acumulação de capitais, subordinando todas as esferas da vida a estas necessidades, mercantilizando tudo em escala antes nunca vista. Todos os grandes problemas da formação social brasileira, as desigualdades regionais e sociais, a falta de acesso bens e serviços essenciais como educação, saúde, moradia, saneamento básico, transporte, segurança e outros não são causados pela carência de recursos e baixa desenvolvimento econômico, mas pelo próprio desenvolvimento do capitalismo como modo de produção e distribuição e sua inevitável mercantilização da vida.


E isto leva a a termos uma sociedade em que trabalhadores ganham como salário o valor irrisório, e as famílias precisam passar muito tempo no campo do trabalho. Quando não estão no trabalho informal, sem a garantia de um salário. E com isto os filhos ou fica por conta da TV (chamada de babá eletrônica) ou  também buscando recursos financeiros nas ruas. E as crianças que vão pra escolas tem essas famílias transferindo para a Escola a responsabilidade pela educação e imposição de limites a seus filho. E pode esquecer aquela frase de que a educação vem do berço.

Selma Campbell
Bacharel em Economia
pós graduada em docência superior
na  Universidade Cândido Mendes
(revista ABC Educatio 08/2006)

A professora Selma Campbell, diz que outra razão é a carência afetiva devida ao abandono sofrido em casa, pois muitos pais encontram -se ausentes, buscando a sobrevivência e esquecem da educação e orientação dos filhos. Para minimizar os sentimentos de culpa pela ausência tornam -se muito permissivos e deixam de estabelecer limites e ensinar o que é certo e o que é errado. E assim o que se nota é a rebeldia na criança a agressividade, atitudes sarcásticas e desafiadoras.

E com o pretexto de inibir a agressividade das crianças alguns pais punem o comportamento não esperado com agressões, tentam impor a sua autoridade gerando a revolta e a insatisfação, o que pode produzir o estimular a violência. E ela ainda estabelece que nossos alunos refletem na  escola a agressividade sofrida na família.

Todas as crianças agredidas em casa carregam para a escola traumas que vão culminar no comportamento agressivo e nas dificuldades de aprendizagem.

O problema pode ocorrer em qualquer camada social, porém atinge mais as crianças das classes sociais. A agressividade é reforçada pelas pressões sociais e pelo excesso de zelo de pais e adultos  que dão as crianças permissão para agir sem considerar os limites do outro, tornando as pessoas  agressivas e incapazes de respeitarem a própria liberdade, rejeitando regras e descarregando sobre outros suas tensões.

Para a professora Selma a insegurança dos pais contribui para a falta de limites e indisciplina. E criança que não aprendeu a esperar a vez, e respeitar o espaço do outro repete esse modelo na escola. E para ela a Escola que tem o papel formal educacional , agora também tem um papel mediador de espaço coletivo onde a diversidade está presente em contraposição ao espaço privado e familiar da casa. E a Escola sozinha não tem condição de arcar com essa responsabilidade de educar a criança para um processo de cidadania e com isto deve mobilizar os pais para a necessidade de impor limites.

E assim o educador que a tempo deixou de ser um mero transmissor de conhecimentos e se tornar um mediador de processo de constituição de valores éticos, morais e em muitos casos religiosos o que discordo um pouco da professora. Embora ela observa assim forma de refrear comportamentos sociais reprováveis, e amenizar agressão e violência.

Segundo Freud a agressividade é um aspecto saudável que não deve ser evitado porque é um componente da pulsão de aprender, produz pensamentos próprios e deve ser estimulado positivamente, pois a aprendizagem precisa de pulsão, do desejo de aprender. Já agressividade e violência canalizada negatividade, desprezada pela sociedade.

Mas o que ela nos explica é que a agressividade, a agressão e a violência que se presencia na escola, não são problemas exclusiva da Escola e sim reflexo do que ocorre na sociedade e embora a seja ela uma instituição que possa desempenhar um relevante papel no controle das tendências violentas, mas não se pode esperar que ela sozinha possa acabar com a violência.

Ou seja certos fatores são associados as raízes sociais da violência urbana: a desigualdade social é o argumento geralmente aceito para justificar a violência pelo seu fator desagregador que também tem reflexo no ambiente familiar e na relação entre pais e filhos   , pois permite a pressão, alimenta a agressividade ou a depressão ambas desastrosas. Embora a má distribuição de renda, a pobreza e a falta de respectivas possam induzir ao comportamento agressivo e favorecer a disseminação da violência e não a explicação para o fato de, numa mesma família pobre, só alguns desrespeitam as regras de convivência social. Também não ha explicação para os filhos de classe social elevada adotarem comportamentos anti-social.

E ela ainda diz que o Brasil, vive  uma crise ética institucional, marcado por escândalos , falta de escrúpulo e impunidade deixa no ar a impressão de que pra sedar bem precisa ser esperto,  e o papel da mídia pode estar influenciando  a mente das crianças e fazendo agir  agressiva e violentamente. E que não é fácil construir uma sociedade igualitária que evite a ruptura dos laços familiares, que eduque de forma adequada as crianças, diga não as drogas e encontre alternativas adequadas  as cadeias e ver a solução com o envolvimento de cada um nação de integrar a sociedade por meio da educação.



Sergio Adorno
Coordenador do Núcleo de Estudo da violência
ABC-Educatio 03/2004

Em 2004 a Folha de São Paulo publicou um relatório da ONU, bastante critico à situação da violência  contra a criança no Brasil.

Adorno - E sobre isto o Sr. Sergio Adorno informou "O cenário brasileiro neste campo é bastante favorável e preocupante. Os dados publicados apresentam apenas uma parte. Por exemplo pouco se sabe sobre a violência doméstica contra as crianças, só o que vem a público. Mas sabemos que é uma longa história de sofrimento que vem desde o tempo da colônia e que infelizmente, mesmo em ambiente de normalidade democrática, não conseguimos eliminar.

E quando questionado a Revista ABC fala  sobre o direito a Infância.

Adorno responde que "Direito à escolarização convivência sadia com seus pares, poder aprender a lidar com os conflitos, com as diferenças, enfim pode ser crianças e desfrutar do imaginário infantil.

Quando ABC traz a questão de que crianças e adolescentes estão sendo recrutadas pelo narcotráfico.

Adorno - é um fenômeno bastante grave embora não generalizado. Onde o tráfico se instalou é que a criança tem sido recrutada. Isto é trágico porque socializa a criança muito cedo no mundo da violência. Ela adquire uma visão de mundo em que, no seu modo de ver, a violência pode ser a moeda de troca, torna-se sua linguagem corrente, vai aprender a manipular arma de fogo, dispor da vida do outro como se fosse uma mercadoria, como se fosse algum bem que pode ser comprado ou vendido e sobretudo ter um futuro menos precoce. Uma parte muito significativa desses jovens não chega aos 25 anos.

ABC - Pergunta sobre no confronto com a polícia e com outros traficantes, o que tem acontecido?

Adorno - É uma situação trágica e preocupante que atinge jovens de 15 a 25 anos, sobretudo aqueles das classes populares e residentes em bairros periféricos em que a qualidade de vida é bastante precária. E muito comum que cada família tenha um parente morto em confronto com a polícia ou com um bando de traficantes. Ser jovem masculino na faixa de 15 a 25 anos, significa uma alta probabilidade de ser vítima de violência fatal. Se além disso for negro e morador de locais onde as condições de vida são precárias, aumenta muito mais o risco.






Em uma matéria de Juvenal Savian Filho e Laís Modelli, publicada na Revista Cult de fevereiro de 2016. Sobre Marilena Chauí, eles explicam que:

Desde o início dos anos 80 Marilena Chauí tem proposto como chave de leitura de nosso país a ideia de que a sociedade brasileira é autoritária e violenta. E no livro "cultura e democracia: o discurso competente e outras falas" escrita pela Editora Autêntica, a filósofa contraria a imagem de uma cultura nacional formada pelo acolhimento recíproco e pela cordialidade, revelando estrutura enraizada de hierarquização e de sedução pela autoridade

A revista Cult, perguntou para Marilena Chauí, sobre as ocupações das Escolas

Marilena responde : Um excelente uso

Nas ocupações das escolas, há, em primeiro lugar, um movimento de inclusão e ampliação. A marca do movimento de inclusão e ampliação. A marca dos movimentos realmente libertadores é sempre inclusão e a ampliação. E pelo segundo lugar de que ele foi se dando à maneira do que, no meu tempo, se conhecia como "greve pipoca". Em uma fábrica, por exemplo, às seis horas da manhã, um setor para por 40 minutos. Durante o tempo em que parou, outros três ou quatro
 setores não conseguiram funcionar. Então, aquele primeiro setor volta a funcionar, mas, daí, em outra ponta, outro setor parar 40 minutos. Tudo o que está em volta não funciona. Assim , sobretudo quando a greve era proibida, ia pipocando paralisação, mesmo sem parar ficavam inteirinhas paralisadas.  Foi  assim que a ocupação da escola seguiu o princípio da greve pipoca. Quando os administradores da Educação achavam que iam resolver nesta outra, começava em outra. Ou seja ela foi pipocando até que parou tudo.... A paralisação aconteceu no interior de uma instituição pública. Não foi um evento em favor disto ou aquilo, foi uma ação coletiva  de afirmação de princípios políticos e sociais. Os dois grandes princípios, foram: 1) O princípio republicano da Educação - a educação é pública; 2) O princípio democrático da educação - a educação é um direito. A ação dos alunos e dos professores foi tão significativa pois eles disseram "O espaço da Escola é nosso. Somos nós, alunos e professores, que somos a escola. então foi a integração de posse das escolas pelos alunos e professores.

Eles posicionaram contra algo típico do neoliberalismo - posto em prática sob certos aspectos, no decorrer da ditadura e, depois explicitamente nos governos Fernando Henrique Cardoso: a ideia de que um direito social e político é aquilo que não pode ser transformado em serviços e comprados no mercado.

As ocupações deixaram evidente  o motivo de fechar escolas. Em um país como o nosso não se fecha Escola; mas se abre. Mas o governador do Estado Geraldo Alkmin, queria os terrenos para uma exploração imobiliária gigantesca. E para fazer fundo de campanha. E agora Geraldo Alkmin vai tentar fragmentar tudo e implantar devagarinho o seu projeto.




Anna Claudia Magalhães (Diário da Região)

No dia 2 de novembro de 2016 - Ela escreveu "A bandeira da coragem " quando tratou da adolescente Ana Julia, estudante secundarista de 16 anos que esteve na Assembleia Legislativa contra a PEC 55, ela que sentiu-se desamparada pelo Estado, discursou e posicionou em frente aos representantes do "povo", uma vez que não vejo com certeza ninguém eleger um deputado com esse viés de respeito. Vejo votos comprados ou troca de interesses.
Ana Julia teve a coragem para falar , sem gritar exigiu que lhe é de direito uma reforma democrática.





A PEC 55


Uma violência tramada pela ação governamental brasileira






O Governo do Estado de São Paulo
e o trato com os alunos




Chegamos a triste conclusão que vivemos num processo político e social de pleno desrespeito inclusive pela ação governamental, que usa o abusa do expediente de estar num poder político.
Sabemos que essa violência, essa desmoralização são exemplos pra toda sociedade brasileira, de como não se deve governar. Embora saibamos que a maioria  do brasileiro, estar feliz com essa situação de desrespeito.
Um dia a alguns anos a revista Isto é trazia uma reportagem que dizia que a miséria é negra, falava do fundo da sala, em que mesmo aumentando a escolaridade, no mercado de trabalho, o negro continuava ganhando menos. 
Essa é a violência velada

No dia 16 de outubro de 2016, os jornalistas Allan de Abreu e Tatiana Pires do Diário da Região, trouxe a reportagem "Violência pula os muros da Escola", é o reflexo de nossa sociedade,não adianta tentar manter um sonho atrás de um muro sendo  que o escômbro da sociedade é a presença marcante.

E o exemplo do Estado é esse. Deprimente. Desculpe mais é isso.







Hoje estamos vivendo um Brasil de plena violência


Veja os fatos no Olhar da Organização das Nações Unidas no Brasil

Brasil tem a nona maior taxa de homicídios das Américas, alerta OMS


A situação do Brasil é pior do que de países como Haiti (26,6), México (22) e Equador (13,8), cujas taxas de homicídio, apesar de altas, são inferiores às brasileiras. O Brasil só perde para países como Honduras (103,9), Venezuela (57,6), Colômbia (43,9) e Guatemala (39,9).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um dos principais impulsionadores das taxas de assassinato no mundo é o acesso a armas, com aproximadamente metade de todos os homicídios cometidos com armas de fogo. Entre as mulheres, os homicídios por parceiros respondem por quase 38% de todos os assassinatos comparados a 6% de todos os assassinatos entre homens.
Silhuetas de corpos desenhadas no Rio alertam para assassinatos de jovens negros. Foto: EBC
Silhuetas de corpos desenhadas no Rio alertam para assassinatos de jovens negros. Foto: EBC
O Brasil tem a nona maior taxa de homicídio da região das Américas, com um indicador de 32,4 mortes para cada 100 mil habitantes, de acordo com relatório publicado em meados de maio (19) pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A situação do Brasil é pior do que de países como Haiti (26,6), México (22) e Equador (13,8), cujas taxas de homicídio, apesar de altas, são inferiores às brasileiras. O Brasil só perde para países como Honduras (103,9), Venezuela (57,6), Colômbia (43,9) e Guatemala (39,9).
O Canadá tem as menores taxas de assassinatos nas Américas, com um indicador de 1,8 homicídio para cada 100 mil pessoas. Outros países no topo da lista entre as menores taxas incluem Chile (4,6), Cuba (5), Estados Unidos (5,4), Argentina (6) e Uruguai (7,9).
Segundo a OMS, homicídios respondem por cerca de 10% das mortes globais. Em 2012, houve estimados 475 mil assassinatos no mundo, sendo que 80% das vítimas são homens, e 65% homens com idade entre 15 e 49 anos.
A região das Américas teve a maior taxa de homicídios (19,4 a cada 100 mil) do mundo, sendo que os países de baixa e média renda, esse indicador atingiu uma média de 28,5 a cada 100 mil habitantes. A região do Oeste do Pacífico, que inclui países como Austrália, teve a menor taxa global (2 a cada 100 mil).
De acordo com a agência da ONU, um dos principais impulsionadores das taxas de assassinato no mundo é o acesso a armas, com aproximadamente metade de todos os homicídios cometidos com armas de fogo. Entre as mulheres, os homicídios por parceiros respondem por quase 38% de todos os assassinatos comparados a 6% de todos os assassinatos entre homens.

Taxas de homicídios globais

Durante o período de 2000 a 2012, houve um destacado declínio nas taxas de homicídio globais, com uma queda estimada de cerca de 17% (de 8 para 6,7 a cada 100 mil), e de 39% no caso dos países de alta renda (de 6,2 para 3,8 a cada 100 mil).
Na Europa, as taxas de homicídio caíram para mais da metade desde 2000. Em outras regiões, declínios modestos foram observados com exceção da região das Américas, onde as taxas permaneceram altas, disse a agência da ONU.
A prevalência dos assassinatos cometidos por parceiros é substancialmente alta na região africana, no Leste do Mediterrâneo e na região do Sudeste da Ásia, comparadas a outras regiões do mundo, mas apenas metade dos países dessas regiões está adotando estratégias sociais e culturais para resolver o problema da violência sexual, disse a OMS.
Segundo a agência das Nações Unidas, o homicídio e a maioria das demais formas de violência estão fortemente associados a determinantes sociais como desigualdade de gênero, pobreza e desemprego, assim como outros fatores de risco como fácil acesso a álcool e armas.
Os dados fazem parte do relatório “Estatísticas Globais de Saúde: Monitorando a Saúde para os ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável)”, publicado pela OMS em maio e que também apontou um aumento significativo da expectativa de vida global desde 2000.
O documento mostrou que entre 2000 e 2015, a expectativa de vida aumentou cinco anos globalmente, evolução mais rápida desde a década de 1960. No entanto, a evolução foi desigual entre os países.
Em 12 países do mundo a expectativa de vida superava os 82 anos em 2015: Suíça (83,4 anos), Espanha (82,8), Itália (82,7), Islândia (82,7), Israel (82,5), França (82,4), Suécia (82,4), Japão (83,7), Cingapura (83,1), Austrália (82,8), Coreia do Sul (82,3) e Canadá (82,2).
Do lado oposto, os 22 países com expectativa de vida de menos de 60 anos eram todos da África Subsaariana, entre os quais Serra Leoa (50,1 anos), Angola (52,4), República Centro-Africana (52,5), Chade (53,1), Costa do Marfim (53,3), Lesoto (53,7) e Nigéria (54,5).


Rio Preto piora em ranking da violência

Allan de Abreu
Apesar de ter reduzido seu índice de mortes por armas de fogo, Rio Preto perdeu 18 posições em ranking produzido pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz no Mapa da Violência 2015.
No último estudo, divulgado em 2013, a cidade tinha 7,7 óbitos por arma de fogo para cada 100 mil habitantes e ocupava a 643ª entre as menos violentas do País. Na última pesquisa o índice passou para 7,5 - mesmo assim, caiu para a 661ª colocação, já que outros municípios tiveram melhora mais significativa nos seus números.
A pesquisa baseia-se no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde e leva em consideração todas as mortes por arma de fogo ocorridas entre 2010 e 2012, último dado disponível. Essas mortes incluem homicídios (que respondem por 95% dos casos), suicídios e disparos acidentais.
Para o sociólogo, embora Rio Preto esteja no grupo dos lugares menos violentas do Brasil, a cidade sofre as consequências da migração da violência dos grandes centros urbanos para o interior. “Existe um deslocamento dos polos de crescimento da violência das grandes capitais rumo às cidades do interior, fato que vem sendo observado há dez anos”, diz o especialista.
Para o promotor do júri em Rio Preto Marco Antonio Lelis Moreira, a redução da violência por armas de fogo passa por investimento maciço em educação e programas assistenciais - o Centro Espírita Fé Amor e Caridade (Cefac), que ele preside, prepara um projeto social com crianças e adolescentes carentes. Além disso, diz, a punição aos homicidas tem caráter pedagógico. “Uma punição justa pelo júri faz com que o sujeito pense duas vezes antes de tirar a vida de alguém.”
Na região, das 16 cidades com mais de 20 mil habitantes, abrangidas pelo estudo, a mais violenta do estudo é Tanabi, com 8,2 mortes por armas de fogo para cada grupo de 100 mil habitantes, seguida por Rio Preto. Na outra ponta, com apenas um homicídio nos três anos analisados, está Olímpia - é a 46ª cidade menos violenta do País, conforme o estudo.
No Brasil
O número de mortos por disparo de armas de fogo no País chegou a 42.416 pessoas em 2012. Isso equivale a 116 mortes por dia. O índice por 100 mil habitantes - 21,9 - é o segundo mais alto já registrado no País desde 1980, atrás apenas de 2003.
Se for analisado todo o período histórico da pesquisa, 880.386 pessoas morreram por disparo de arma de fogo entre 1980 e 2012 no Brasil, sendo que 747.760 delas foram assassinadas. Desde 1980, quando 8.710 pessoas foram mortas, houve um aumento de 387% até 2012, quando foram registrados 42.416 mortes. Nesse mesmo período, a população brasileira cresceu muito menos, 61%.
Votuporanga é a 6ª melhor do País para jovens
Votuporanga é a 6ª cidade brasileira com o menor índice de mortes por armas de fogo entre os jovens, conforme o Mapa da Violência 2015. No período de 2010 a 2012, a cidade registrou apenas um homicídio de pessoas na faixa etária de 15 a 29 anos, índice de apenas 1,6 óbito por 100 mil habitantes.
Para o delegado seccional de Votuporanga, Osny Marchi, o baixo índice se deve ao trabalho assistencial feito no município. Em 2013, o poder público local investiu R$ 11,4 milhões em assistência social, 6,15% dos gastos totais da cidade, segundo a Secretaria do Tesouro Nacional. É três vezes mais do que investiu Rio Preto naquele ano, proporcionalmente. “Além da prefeitura, há várias entidades que atuam na área, protegendo os jovens da criminalidade”, diz o delegado. Até mesmo a Polícia Civil atua preventivamente, segundo ele, com palestras nas escolas.
A segunda cidade da região com menor índice de mortes por arma de fogo entre os jovens é Catanduva (2,4 para cada 100 mil habitantes), seguida de Bebedouro (3,5), Fernandópolis (4,3), Barretos (11,5) e Rio Preto (16,1). O estudo analisou apenas os municípios brasileiros com mais de 15 mil jovens. O mais violento do País para os jovens é Simões Filho, na Bahia, com 130,1 mortes para cada 100 mil moradores.
2ª melhor do País
[Pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e da Unesco divulgada pelo <CF22>Diário</CF> há uma semana revelou que Rio Preto é a 2ª cidade do País mais segura para os jovens, no grupo dos 288 municípios com mais de 100 mil habitantes. Diferente do Mapa da Violência, o estudo do Fórum foi produzido a partir de indicadores diretos de violência, como homicídios dolosos e acidentes de trânsito, e também indicadores sociais, como frequência à escola, pobreza e desigualdade social.
Rio Preto teve índice 0,220 - quanto mais próximo de 1, mais vulnerável à violência está o jovem. O baixo índice foi conquistado graças aos baixos indicadores de acidentes de trânsito entre jovens de 12 a 29 anos e também pequena desigualdade social nessa faixa etária.




Políticas de igualdade racial fracassaram no Brasil, afirma ONU

Em Genebra



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  • UOL
Apesar de 20 anos de iniciativas para reduzir a disparidade vivida pelos negros na sociedade brasileira, a Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que o país "fracassou" em mudar a realidade de discriminação e da pobreza que afeta essa parcela da população. Num raio-X da situação da população afro-brasileira que será apresentado nesta segunda-feira (14/03/2016), no Conselho de Direitos Humanos, a ONU aponta que houve "um fracasso em lidar com a discriminação enraizada, exclusão e pobreza enfrentadas por essas comunidades" e denuncia a "criminalização" da população negra no Brasil.
O documento obtido pela reportagem foi preparado pela relatora sobre Direito de Minorias da ONU, Rita Izak, que participou de uma missão no Brasil em setembro do ano passado. Suas conclusões indicam que o mito da democracia racial continua sendo um obstáculo para se reconhecer o problema do racismo no Brasil. "Esse mito contribuiu para o falso argumento de que a marginalização dos afro-brasileiros se dá por conta de classe social e da riqueza, e não por fatores raciais e discriminação institucional", constatou a relatora.
Para ela, "lamentavelmente, a pobreza no Brasil continua tendo uma cor". Das 16,2 milhões de pessoas vivendo em extrema pobreza no país, 70,8% deles são afro-brasileiros. Segundo o levantamento da ONU, os salários médios dos negros no Brasil são 2,4 vezes mais baixos que o dos brancos e 80% dos analfabetos brasileiros são negros.
Para ela, os afro-brasileiros continuam no ponto mais baixo da escala socioeconômica do Brasil. "64% deles não completam a educação básica", alerta. Em sua avaliação, mesmo com projetos como Bolsa Família, a "desigualdade continuou" para os afro-brasileiros.
O impacto dessa situação social é que muitos "vivem às margens da sociedade". "Para a juventude, o acesso limitado à educação de qualidade, a falta de espaços comunitários, altas taxas de abandono da escola e crime significam que tem poucas ambições ou perspectivas de vida."
As cotas em diversas instituições, ainda que tenham sido elogiadas pela ONU, não foram suficientes ainda para ter um impacto maior. Rita lamenta o fato de o sistema não existir no Legislativo, no Poder Judiciário e também de não ser aplicável para postos de confiança.
No Judiciário, apenas 15,7% dos juízes são negros e não existe nenhum atualmente no Supremo Tribunal Federal. " Na Bahia, onde 76,3% da população se identifica como afro-brasileira, apenas 9 dos 470 procuradores do Estado são afro-brasileiros", indicou. No Congresso, apenas 8,5% dos deputados são negros.

Violência

Um dos aspectos tratados pela ONU é o impacto da violência nessa parcela da população. Rita se disse "chocada com os níveis de violência no Brasil". "Lamentavelmente, a violência tem uma clara dimensão racial", disse. Dos 56 mil homicídios no Brasil por ano, 30 mil envolveram pessoas de 15 a 29 anos. Desses, 77% eram garotos negros.
Segundo o levantamento da ONU, os números de afro-brasileiros que morreram como resultados de operações policiais em São Paulo são três vezes superiores do que é registrado com a população branca. No Rio de Janeiro, 80% das vítimas de homicídios resultante de intervenções policiais são negros. "Movimentos sociais já chamam a situação de genocídio da juventude negra", apontou a relatora.
A impunidade também contribui para esse clima de violência. De 220 casos de homicídios cometidos pela polícia e investigados em 2011, apenas um deles foi condenado. "Dada a natureza totalmente generalizada da impunidade, testemunhas raramente vão se pronunciar, temendo retaliação", indicou.

Criminalização

O que ainda chama a atenção da ONU é o que a relatora chama de "criminalização dos afro-brasileiros". "Estima-se que 75% da população carcerária no Brasil seja de afro-brasileiros. Estudos ainda mostram que, se condenados, afro-brasileiros são desproporcionalmente sujeitos à prisão."
Os negros têm ainda mais chances de serem parados pela polícia e aqueles que são pegos com drogas, maiores chances de serem denunciados por tráfico. "Desde 2005, quando as novas leis de combate às drogas entraram em vigor, o número de pessoas presas por questões relacionadas às drogas aumentou em 344%", apontou Rita.
Na avaliação da relatora, a proposta de redução da idade penal de 18 para 16 anos ainda "perpetuaria a criminalização da comunidade afro-brasileira". As mulheres negras brasileiras também têm sua situação minada pela cor, o que "exacerba sua marginalização". Em 2013, 66% a mais de mulheres afro-brasileiras foram mortas, na comparação às mulheres brancas.





Casos de suspeita de racismo no Brasil27 fotos

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6.mai.2015 - A jornalista do Distrito Federal Cristiane Damacena foi alvo de uma série de ataques racistas no Facebook depois que trocou a foto do seu perfil na rede social no dia 24 de abril. Os policiais avaliam que é possível chegar a todos os suspeitos. Nos últimos três anos, a Secretaria de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos registrou 944 casos de injúria racial. Uma página de apoio à jornalista foi criada na rede social "Cristiane Damacena estamos com você linda"
VEJA MAIS >Imagem: Reprodução/Facebook
Conclusão


Para a Escola são necessárias as seguintes medidas;



a)  Treinamento para instrumentalizar todos os que lidam com alunos, no sentido de estarem atentos e aptos a perceberem quaisquer tentativas de intimidação ou agressão entre estudantes. Para tanto é preciso conhecer os sinais, perceber sintomas e as atitudes que caracterizam vítimas e agressores.

b) Estudar e saber de que forma intervir. (trabalho de mediação coletiva entre a escolas, famílias, Conselho de escola, Associação de Pais e Mestres, Conselhos tutelares, associação de bairros e movimentos sociais).
c) Assegurar a todos por meios de atitudes, conversas nas turmas e outras iniciativas do gênero - que os alunos vítimas ou espectadores têm, e terão sempre proteção dos adultos que o cercam.
d)Criar um esquema institucional de responsabilidade para os agressores, esquema esse de preferência não excludente, ou seja , o aluno terá de arcar com as consequências de seus atos, mas as consequência precisam ter o cunho educativo, e ser revertido em prol da escola e da sociedade.
O ato de suspender um aluno ou de expulsar, não forma a consciência, nem transforma o agressor em cidadãos de bons modos. Para fortalecer o que sofrem ou presenciam o bullyng oferecendo canais de comunicação que garantam a privacidade dos que se dispõem a falar.
e) A Escola precisa ter uma forma homogênea de agir nestes casos, para que todos se sintam protegidos: corpo técnico, alunos vítimas e espectadores (só assim o silêncio se romperá)
f) Tão mais importante: medidas educacionais formadoras devem se incorporadas ao currículo e trabalhadas por todos os professores, independente da matéria série, grupos com os quais trabalhem, dando especial ênfase ao desenvolvimento de habilidades sociais tais como: saber ouvir, respeitar as diferenças, sejam étnicas, sexuais, de gêneros,  ter limites saber argumentar sem discutir ou agredir, ser solidário, ter a dignidade, respeitar o limite e o direto do outro.


Para as famílias



É necessário que toda as ações entre famílias e escolas sejam coletivas.

Que em casa sejam adotadas o seguinte:
a) A questão dos limites com segurança
b) A formação ética dos filhos
c) A não aceitação firme ao desrespeito aos mais velho e mais fracos


Com isto a família de reassumir quanto antes o seu papel de formadora de cidadãos, abandonando a postura superprotetora cega, e a crença de que amar é aceitar toda e qualquer atitude dos filhos, satisfazer todos os seus  desejos, não criticar o que deva ser criticado e nunca responsabilizá-los por atitudes anti-sociais


Para o Estado


a) É preciso manter o respeito, as verbas, destinadas a educação e a manutenção geral dos trabalhos escolares, água, e merenda escolar.

b)É preciso ter uma responsabilidade social por educando e educadores.
c)É preciso manter o respeito governamental e estabelecer o pleno diálogo coletivo com a comunidade escolar em relação as mudanças curriculares, as formas de avaliações externas.
d) Nas cidades onde temos um clima quente como São José do Rio Preto é preciso ter escola no mínimo com ventiladores e ares condicionados. é um problema de saúde público, e a omissão do Estado é uma violência social.
e) É preciso que seja plenamente reconhecido e respeitado, pelo Estado brasileiro, todas as formações familiares, independentes de quaisquer tipos de preconceitos.
f) A ação policial, em escola com esprey de pimenta, chute na canela, pancadas nas bolsas escrotal dos alunos e abusos sexuais a estudantes femininas(adolescentes) e professores é o golpe mais violento e desrespeitoso que tens ocorrido no Estado de São Paulo. Isto não pode acontecer ou continuar acontecendo. Não sou operador do direito, mas um reclamante a favor dos direitos fundamentais de todos os seres humanos.


Essas premissas quando descumpridas pelo Estado, que precisa cumprir o seu dever para  promover o direito sagrado de todos à Educação. Caso isto não ocorra, sofremos socialmente uma violência sem trégua. Pois o Estado mantém-se com dinheiro de todos, o imposto precisa ser pago, mas o direito civil da população precisa ser plenamente respeitado.





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