Crônica - Virgília de Ninar - Manoel Messias Pereira

Crônica de Manoel Messias Pereira




Virgília de ninar

Numa canção de ninar, a criança adormece e talvez sonhe com a poesia.

A poesia no sonho da criança, vem com uma bola colorida, que ao ser arremessada de um lado para o outro, pula, pula, e rola para a casa vizinha, e o coleguinha filho do vizinho, com certeza vai chutar a bola para o outro quintal, e assim é a vida infantil, um doce momento de viver.

A poesia está na ternura do sonho. E o velho vovô Sigmund Freud reconhece que os sonhos são produzidos por substituição de desejos alojados e interpretar implica atribuir a ele um sentido, pois eles podem  serem inseridos na cadeia psíquica e ser retrospectivamente rasteada na memória a partir de uma ideia patológica.

Com isto sempre imaginei Jesus Cristo, na sua infância sonhando com a história do "Lobo Mau e os três Porquinhos". Os três animais gordinhos sabiam dos males e do perigo de  caminhar sozinhos na floresta, mas iam cantando "quem tem medo do lobo mau , lobo mau, lobo mau. . .quem tem medo do lobo mau, lobo mau, lobo mau. . .e assim resolveram fazer a sua casinha e ter a sua independência.

Já sabemos que a primeira casa foi de palha, e o tal Lobo Mau, veio e soprou, soprou e a casa foi para os ares, já a segunda casa foi de madeira, mas a fúria do lobo, também deixou os porquinhos ao relento  e perdidos na floresta. Mas os três porquinhos pensaram, pensaram, e resolveram criar uma casa de tijolos, e desta vez o lobo mau não foi possível derrubar a casa. E desapontado fugiu da floresta, e assim os três porquinhos puderam cantar livremente " quem tem medo do lobo mau, lobo mau, lobo mau e assim por diante".

Para crer que Jesus gostava desta história, vamos encontrar no Novo testamento, o texto dele que diz assim "qualquer que vem a mim e ouve as minhas palavras, e as observa eu vos mostrarei a quem é semelhante. É semelhante ao homem que edificou uma casa e cavou e abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre a rocha" e assim fizeram os três porquinhos, o alicerce seja talvez outra coisa senão a esperança e a educação.

E assim entendemos que dormir e estar em permanente virgília de ninar, com as possíveis lembranças de nossa infância, e outras coisa o velho vovô Freud explicará.


Manoel Messias Pereira

cronista, poeta e professor
São José do Rio Preto-SP





Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Poesia - Consciência social _ Manoel Messias Pereira

Poesia - No capitalismo é assim - Manoel Messias Pereira

Poesia - ferro - Luis Silva Cuti