Crônica - Entre um Drink e a nossa plena sabedoria - Manoel Messias Pereira



Entre um Drink e nossa plena sabedoria




Quando pensamos na cidade, pensamos nas pessoas que moram nela, que trabalham nela, que mantém o seu ordenado gasto no mercadinho desta cidade, no lazer do barzinho no chopinho, na pizza, na conversa com os amigos, na discussões politicas travadas, no futebol, na leitura social vivida em todos os ambientes da localidade.

E neste contexto das discussões que a oportunidade de questionar a administração pública da cidade, por exemplo por que o festival de buracos nas ruas, quantas pessoas já se machucaram, quantas pessoas o poder público já indenizaram por sua inoperância pública. Porque num lugar que obviamente existe um prefeito e toda uma estrutura montada para isto. Alguém cair num buraco público ou é desleixo ou sadismo administrativo, só pode. Afinal pra que se recolhe impostos municipais, não é para garantir um mínimo de dignidade em quem trafega ou transita por essas vias públicas?

E creio que também a discussão não deva morrer nisto, qual é o papel desta pseudo sociedade organizada não é de questionar essa política nefasta de apenas recolher impostos e não dá com o devido respeito nada a ninguém. Apenas uma banana nanica das grandes no bom sentido ao povo? Saco.

E quanto ao verde, qual é a opinião de uma secretaria de Meio ambiente, quando se destrói uma praça como aconteceu com a Praça cívica de Jornalista Leonardo Gomes, para construir o maior sonho de administração que é um terminal rodoviário urbano. Inclusive comprometendo assim até mesmo o ambiente da Biblioteca Municipal que deveria estar num local aprazível calmo para o ambiente de estudos e vai ficar com certeza, no inferno de barulhos de ônibus, manifestação de sindicatos com megafone e outros demônios sociais. Sem contar com assaltante naquela praça abandonada e polícia metendo o pau na cabeça da juventude negra como aliás tem sido a praxe no Brasil, conforme vemos nas estatísticas da organização das Nações Unidas - ONU, em que um alto índice de óbito e ferimentos acontece devido a essa prática nefasta de comportamento do próprio Estado e seus instrumento repressivo. Enfim um pandemônio bem estabelecido. E um ambiente com tensões nervosas.

E assim é a mudança prevista num contexto de pleno desespero, numa cidade que modifica e a sua humanidade desaparece e caos vais instalando-se de forma didático-pedagógica. Ou nós aprendemos a viver com nosso derrame cerebral, ou enlouquecemos antes de morrer. Parece que o caos instalam como dizia os gregos na antiguidade,  numa matéria completamente crua, indiferenciada, indefinível, indescritível que existe desde toda a eternidade e que era o princípio de todas as coisas. Vai ser impossível lembrar o que havia antes se matar a nossa história a nossa memória, o nosso patrimônio intelectual. Como hoje é impossível um físico arriscar a dizer-nos o que havia antes do Big Bang.

Para os gregos antigos o "caos" na mitologia, não diferencia  o úmido do seco, o direito da esquerda, o leve do pesado, o concreto do abstrato, o quente do frio. E para completar o Sol não ilumina o dia, e o dia deixa de existir, e assim não a há luta para sucedê-lo, e tudo será obscuro demais. os gregos nesta época acreditava que o centro do universo fosse a terra. Como aliás acreditavam os católicos da Idade Média. e o solo que pisamos passaria a ser o ponto de referência. É parece estranho esse comentário porém vemos hoje na TV, nos jornais um conjunto de pessoas pseudo esclarecida dizendo que não há mais esquerda e direita política. E pior há pessoas que hoje estão no poder transitório da temeridade de Temer, que afirma que o PT era esquerda. Isto é muito cômico pois vemos um partido colocado no Centro, trabalhando com uma prática social democrática revisionista, que rompeu com as suas tendências marxistas, que reutilizou de forma precária, as teorias sociais da Igreja fundamentadas em Leão XIII e João XXIII, que dizia que reconhecia as dores dos trabalhadores porém via a riqueza como um dom de Deus. E assim serviram aos capitalistas e ao capitalismo. Sem romper com a prática utilizada desde Fernando Henrique Cardoso. Porém essa colcha de retalho ideológica, que termina-se num ciclo e despencam num fascismo desgraçado da "Temeridade".

E tudo isto parece muito mitológico, o Eros não era o Amor entre os humanos, quando estavam num princípio que nem sequer existia. E Urano aproveitando a noite para fertilizar o ventre de Gaya, sem perceber que o seu filho Cromo espera por ele escondido. Ou seja a humanidade necessita de Hermes como o mensageiro entre os Deuses e os homens.  e diante deste contexto vamos ver se nos galhos das árvores que ainda resta vamos ver se há a harmonia de um canto de pássaro com a fidelidade estética ideológica esboçada por Mario de Andrade, vamos ficar na espreita de que possamos nos unir pelos sons que percorre o ar.

E somente na harmonia de nossa existência, na busca de um compartilhamento de respeito mútuo a vida, a natureza, pois acredito que o ser humano é parte essencial desta natureza. E precisa estabelecer um debate sincero, cordial, respeitoso, porém duro sem perder a ternura jamais como diria Ernesto Che Guevara. Precisamos gozar efetivamente de uma Paz sonhada, conquistada, pensando a cidade, na descontração construída entre um drink e nossa plena sabedoria.


Manoel Messias Pereira

professor, poeta, cronista
Membro da Academia de Letras do Brasil - ALB
São José do Rio Preto -SP. Brasil


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