Poesia - Que desliza - Ana Cristina Cesar

Que desliza

Onde seus olhos estão
as lupas desistem.
O túnel corre, interminável
pouso negro sem quebra
de estações.
Os passageiros nada advinham.
Deixam correr
Não ficam negros
Deslizam na borracha
carinho discreto
pelo cansaço
que apenas se recosta
contra a transparente
escuridão.


Ana Cristina Cesar

(2/06/1952 + 29/10/1983)

poetisa, professora, jornalista
Rio de Janeiro -RJ




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