Crônica - Carnaval - Angélica Cunha
Perguntei a ela onde estava minhas roupas coloridas e ela assoprou meu rosto. De repente, o vento soprado de sua boca transformou-se em um violenta tempestade, gerando uma falta de luz em minha casa.
Tudo escuro, pensando aquilo ser o fim do meu carnaval, fui para sala. Para não cair ou tropeçar nas coisas, acendi duas velas, de modo a clarear o cômodo onde estava.
Foi o bastante para eu tomar um susto, pois, lá estava ele ! Sim, o espírito do carnaval na minha sala, vestido de gala, convidando-me, não para sambar, mas para acompanha-lo em uma valsa.
Fomos dançando pela sala, a senhora do espelho e o valsista, a cantarolar uma música que não era Carnaval, nem outro ritmo qualquer, e sim, uma música profunda, eterna, tão profunda e eterna que o céu se abriu acima de nós e quando nos percebemos, havia nuvens aos nossos pés. Era tão vibrante, tão serena, tocando não só a minha alma, mas meu coração também, de uma forma que as palavras não poderiam descrever.
No entanto, a luz voltou logo e novamente, estava eu sozinha no meu quarto, com um livro aberto, óculos caído em cima dele.
“ Acho que você cochilou, Angélica...eu disse, não sabendo se era terça-feira de Carnaval, ou quarta-feira de cinzas.
Carnaval é isso, um grande sonho...Cada um aproveita como pode, até que a luz acende e escurece tudo de novo...
Até o próximo Carnaval, samba ou valsa, não importa, o importante é festejar !
Ass. Angélica Cunha, 09/02/2016
Comentários
Postar um comentário