Crônica - As lições das crianças - Manoel Messias Pereira

As lições das crianças

O que é a vida senão um estágio de ensaios entre respirações, respeito mútuos, condições sociais de reflexões, luta pela Paz, pelo direito a ser feliz, convivência na diversidade, obrigações com o nosso próximo, leitura de amparo social, as pessoas idosas e, disposições para orientar as crianças e bem.

A orientação é para mim uma tarefa de todos, da organização estatal, que tem falhado e muito com o processo de responsabilidade, seja do governador eleito e estabelecido no Estado de São Paulo, seja da presidente da República Federativa do Brasil. Assim como a irresponsabilidade da governabilidade também é estendida a Assembléia Legislativa, co-responsabilizada na investigações em relação ao escândalo das merendas, assim como na violência empregada pelo senhor governador em relação aos jovens e professores no ano de 2015. Assim como as falhas em relação a  água os baixos salários dos servidores da educação entre outras coisas. Essa assembléia estabelecida no parque do Ibirapuera e que em tese deveria representar os seres humanos portadores de direitos civis públicos deste Estado, mas que até o presente foi desrespeitados na sua dignidade por um Estado omisso, irresponsável, pra não dizer desgovernado. Não vi o senhor presidente da Assembléia Legislativa ter a dignidade mínima de tecer um uma moção de solidariedade ao povo paulista diante da inaceitável falhas cometidas pelo poder Executivo.  Vi até o momento,  ação do Ministério Público mas  que precisa dizer  que o Direito  além de estar em favor da propriedade também pelo direito a vida, e ao bem estar da população. E jogar um aluno numa escola sem merenda é uma tremenda irresponsabilidade de todos os poderes constituídos não dá pra aliviar. É canalhice, e desrespeito social, usando aqui de minha liberdade de expressão. Numa terra que ainda penso que deve ser movida pelo processo democrático. Ou não?

A orientação também parte da família, como um núcleo de informações e respeito a essas crianças. A família entendida como a primeira célula, que ensina a criança a falar, a andar, a respeitar os mais velhos a ensinar as primeiras lições de uma convivência social harmoniosa e digna visando sempre o estágio de ser feliz.

E na escola, precisamos acolher as crianças pra que elas tenham sim, a possibilidades educacionais, em que as habilidades e competências  possam ser administradas, no sentido da assimilação de conteúdos, na busca do aprendizado, para a plena emancipação cultural, intelectual e educacional deste educando.

As ações na vida para todos podem ser sim, da felicidade, da alegria, da ternura e não precisa ser da violência como os senhores governantes ou desgovernantes creem, e alguns desgovernados acha. Usando do expediente de uma lição escolar vi as crianças dizer que o que passa mais rápido na vida e entendi isto como o que melhor satisfazem-as, era o dia, o recreio, as férias, o final de semana, as festas de aniversários, as aulas de matemática, de história, de vídeo-game, de olhar a internet, de ver filmes, de assistir a corrida de Felipe Massa, de fazer Educação Física, assistir televisão com a família e falar ao celular.

E que deixavam -as tristes, ou que demorava a passar, seria ficar no médico, sentir a vida em passos de tartarugas, emboras as tartarugas segundo os biólogos são animais rápidos, fazer a carterinha do transporte escolar, ter de assistir aulas de inglês e talvez  não conseguir entender um filme sem legenda ou entender todas as palavras cantadas dos artistas americanos que povoam as nossas imaginações. Ou como disse um cantor da MPB, outro dia na imprensa pra ir no show dele é preciso entender inglês. E a aula de português, que para eles é tão medonho como assistir a Fátima Bernardes de manhã, dizem que as mãe adoram mais os filhos detestam.E assim eles veem o ano passar mais lentos.

Essa coisas que parecem simples, que parecem críticas são os sonhos e alegrias possíveis de crianças com apenas 10 ou 11 anos que chegam a rede de ensino e que precisa estar preparadas pra receber. E todos os adultos que estão fora do espaço escolar precisa entender isto daí reside a minha crítica veemente quando há falhas. E essas em relação ao processo educacional é sinônimo de violência pura e simples e principalmente se parte das organização governamentais ou melhor da formulação de um modelo chamado ainda hoje de Estado, e que deveria ser o equilíbrio entre aqueles que tens posses e os que detém apenas a força de trabalho e que precisa e muito do amparo e do respeito pleno para sua "cidadania".

Cabe cada ser humano, refletir no seu papel cotidiano, fazer o seu exame de consciência e entender que é preciso muito mais do que as boas intenções para a sobrevivência, como disse uma aluninha outro diz é chato sermos caracóis. Ou seja não precisamos ficar enrolados. É algo muito lento. Portanto não traz prazer.



Manoel Messias Pereira


cronista

Membro da Academia de Letras do Brasil
São José do Rio Preto -SP. 





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