Cronica - Ética do Amor Manoel Messias Pereira
A reflexão ao conhecimento
A vida do ser humano é uma espécie de crença entre o que é sagrado é o
que é profano. É um conjunto de normas e regras guiadas pelas
consciências e ditadas, pelas instituições muitas vezes, a família,
outras vezes a igreja, outras vezes as escolas. Essas instituições pelo
menos vão estabelecer um conjunto de normas e apresentar-se como um
processo educacional.
As famílias contemporâneas, ainda traz no seu conceito um modelo,
formatado na concepção monogâmica, do pai, mãe, e filhos. Sabemos que no
passado essa família tinha uma concepção mais ampliada, incluindo os
tios, os primos, os sobrinhos, os avós e assim por diante. Atualmente as
famílias diminuíram-se, inclusive em números de filhos. Devido as
questões sócio econômicas, as dificuldades de manter-se um núcleo grande
de pessoas vivendo no mesmo teto. Outras causas também passaram a
influenciar todo o conjunto de conceitos. As novas formas de famílias,
as relações internas com pessoas do mesmo sexo, outras vezes os
relacionamentos ménage à trois ou chamado theesome, num arranjo de
apimentar as relações sexuais porém neste contexto há quem trate com a
naturalidade e traz os filhos, além do mais temos os ideais do
anarquismo sexuais dos sexos coletivos, na ideia do amor livre, da
somaterapia, que foi trabalhada no Brasil pelo psicanalista Roberto
Freire inspirado em Wilhelm Reich, que dizia que enquanto existir
qualquer espécie de regulação moral, social, política limitando a
autonomia dos homens, não se pode falar em liberdade real e nem muito
menos em saúde emocional. Pois é interessante entender que Reich, traz a
ideia de que as neuroses não se instalam apenas na mente como diziam os
psicanalistas, mas também no corpo. São esses pontos que é preciso
levar-se em conta no processo de uma possível religião ou educação
social.
As escolas fazem parte de um etapa instrucional, há instruções provindas
das famílias, e há informações provindas das igrejas. E na escola é um
grande ponto de encontro de felicidades e de frustrações, portanto é um
local em que há um conjunto de tensões, em que há professores
extremamente preparados para lidar com a diversidade mas há também
outros que tens dificuldades em lidar com os diferentes e isto é
problema. Há uma regulação por parte do Estado conteudista , com
cobranças de resultados, com transmissão do conhecimento, portanto
informações formatadas, nos livres nos site educacionais, nos cadernos
dos alunos e todo esse material descrito num olhar ideológico bancário
portanto já assimilado. O professor portanto não precisa inventar nada,
não precisa experimentar, apenas mediar o conhecimento. Observar as
neuroses coletivas, e expor para seus pares de forma a colaborar para
conduzir todo o processo de ensino para a ideia da transformação, da
formulação do ser integral, não apenas clássico ou apenas técnico, mas o
seu humano completo.
O que entendemos é que o ser humano precisa de uma educação democrática
que não pode apenas ser um manual para um operário se tornar
qualificado, mas que se torne cidadão, que se torne também governante,
detentor de poderes que saibam guiar os seus caminhos, que possam livrar
a todos dos males dos preconceitos dos tabus, que predispõe a
interiorização a critica da ideologia da classe dominante, numa visão
amparada no domínio da sociedade com a força e o consenso. A força
exercida pelas instituições política e jurídicas e o aparato politico
militar e o consenso obtido por uma luta constante no campo ético e
político. pois toda a relação hegemônica também necessita de uma relação
pedagógica como mediadora.
O outro ponto é a Igreja que trabalha com verdades a partir do mito,
determinado pelo medo. E vale ressaltar que na Grécia antiga, havia A
Gnose, que segundo consta quer dizer conhecimento, e teve desde a suas
primeiras manifestações, a intenção de apresentar-se como ciência
divina, de penetrar em todos os Mistérios para revela-los aos seus
adeptos, mostrando os segredos do universos, da evolução, e os segredos
das antigas iniciações. Assim vemos no Egito Basilides, Valentinos,
depois os Oftitas, na Síria o Sartunio de Antioquia, Taciano, Bardesano
de Edessa, os Adamitas que afirmavam que se o verbo tinha se feito
carne, a carne se tornava santa e ordenava a nudez. E isto tudo através
da Idade Média veio as perseguições. Depois os nobres franceses Hugues
de Paiens e Goderfroy de Saint Omer, criam os Templários, depois surgem
os Rosas Cruzes, ligadas a sociedade Martinista de Papus. Sabemos que da
Rosas-Cruzes, introduziu-se na Franco-Maçonaria, no século XVIII e teve
seu rito particular, e disto lembramos de Comenius um dos grande
precursor da pedagogia moderna. E assim evolui - se dos Carbonários aos
Iluminados até o Cristianismo, e depois o Islamismo, todos tendo
inúmeras razões, conceitos, crenças. Sem citar todas as grandes
filosofias do oriente.
O ponto que chegamos é que a religião é um conjunto imenso de símbolos e
rituais que possuem significados amparados pela crença a um conjunto de
fiéis que se identifica com a organização. A palavra religião há quem
diga que vem do latim de "religio", que trata do louvor ou reverencia
aos deuses. ou do verbo religare usando o prefixo re- ao verbo ligare, o
que dá a ideia de unir, atar-se, ligar-se ou seja a volta da criatura
ao seu criador. Os seguidores da Bíblia, lê em Jó 14:2 "O homem,...
nasce como a flor, e murcha: como uma sombra passageira, não permanece,
mas entre as ideias proposta pela religião cristã encontro lendas,
mitos, verdades mentiras mas a lição "honra teu pai e tua mãe", mas nem
sempre o povo segue, "não matarás", mas nem sempre o povo segue, "não
adulteraras", nem quem prega segue, "não cobiçará a casa do teu
próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo nem seu servo, nem sua
serva, nem seu boi, nem seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo."
Se isto fosse seguido por esse conjunto de Cristão o Estado não
precisaria mas ter o serviços de segurança. Ou seja ninguém segue nada. A
hipocrisia acompanha até os que pregam nas igrejas, e a religião falha
eternamente. E desempenha um papel consolidada de sofredor de
infortunados, de torturados, numa ansiedade de bens e valores diante dos
sentimentos humanos.
Somos seres materiais. E a matéria não é só eterna no tempo mas infinita
no espaço. As descobertas das ciências alargam continuam e imensamente
as fronteiras do mundo conhecido. Somos seres universais e pouco
toleramos um mundo que mantem um ritmo de não evolução, para nós não há
repouso absoluto ou equilíbrio incondicional, pois cada movimento
concreto tende ao um equilíbrio, somos frutos da mutabilidades das
espécies e uma suposição admissível. Mas vivemos na coexistência
substantiva de produções da natureza, equivalentes, porém independentes
sem ligações de descendência. E tudo é como um jogo, em que buscamos a
paz de espirito. Cada qual segue o seu caminho e simboliza uma grande
mandala universal, sejas por onde andamos, por quais portos passamos,
estaremos sempre na nossa materialidade mas numa trama do fundo de uma
esteira de palha natural trançada significando que o jogo-oráculo
dispensa suportes artificiais.
Manoel Messias Pereira
cronista, poeta
Membro da Academia de Letras do Brasil -ALB
São José do Rio Preto -SP. Brasil
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