Crônica - O Estúdio da Realidade - Manoel Messias Pereira
O Estúdio da Realidade
O bem e o mal reside no mundo. A leitura que temos é parte do processo de vida neste mundo, na qual implementamos o trabalho, o estudo e os ensaios gerais, no grande estúdio da realidade.
Armamos de sentimentos, de dores, de amores, e ao bel prazer, vamos aos ventos, pelas estradas, pavimentadas ou esburacas, com a ideia e a intenção de criar família, galinhas, cachorro de estimação, plantas ornamentais, medicinais, ou seja usamos o tempo pra temperar as nossas horas pra pensar ou desesperar.
O nosso espanto, o nosso desespero, reside no pensar, sobre o atendimento hospitalar, no tratamento que o estado oferece aos pacientes, no serviços sociais e educacionais. Quando não neste mundo em que temos de trabalhar muito e ganhar pouco, ou seja o dinheiro acaba e o mês não. Além disto os parlamentares brasileiros quando faz de conta que estudam os salários da população, esquecem de incluir a média do que cada um paga em relação aos impostos, aos preços dos tratamentos de água e esgotos, na qual muitas cidades não tem estes serviços, dos preços dos serviços de telefonias, da energia elétrica. E o que vemos é a miséria sendo votada como se fosse salário. E pior vem uma desgraça provinda desta organização macabra chamada de Estado, intitulada PEC 241 que prenuncia o fim das Universidades Públicas e essa preocupação foi colocada em pauta pelo reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o professor Roberto Leher, que inclusive afirmou que isto preocupa toda a educação brasileira, pois teremos uma mudança na própria concepção de Estado Social brasileiro. Pois essa emenda tem o objetivo de congelar os gastos,por vinte anos num contexto em que as taxas de juros vão aumentando o bolo tributário destes para o pagamento de juros e serviços da dívida.
A Igreja Católica apostólica Romana, manifesta-se com repúdio a essa PEC 241, afirmando que os pobres serão os mais prejudicados, fundamenta as suas afirmações com o estudo do economista e professor da Pontifícia Católica Sr. Francisco Francia, que vê uma premissa falsa de que seria grave a situação econômica do país. E mostra com seus apontamentos econômicos que o Brasil tem uma situação sólida e os seus fundamentos são robusto. O país tem um expansivo volume de reservas internacionais e há negócios suficientes para financiar as transações correntes. As condições de financiamento da dívida são sólidas e assim permanece.
O que percebemos é que este momento, temos no poder o clássico neoliberalismo, com a ideia do estado Mínimo, e a intenção clara do governo de acabar com o Estado social de direito, desmontando por exemplo o SUS, assim como as escolas federais as universidades, reduzindo os financiamentos, sucateando o Estado e com certeza tendo a privatização ou a venda de tudo e com certeza preparando um calote gigantesco no povo. E o próprio pré sal que falava-se para o financiamento da educação e da saúde, já estão esquecendo disto, já estão mudando a conversa. Já estão dando banquetes entre o Executivo e o legislativo como o jantar com os deputados na semana que passou e com isto,os brasileiros de modo em geral diz cada qual se deixa enganar.
A verdade é que a questão social, ou seja ligadas aos seres humanos e suas famílias por aqui é tratado com desprezos, despreparos, como se todos fossem lixos, outras vezes creem que pobres são coisas de polícia. E quantas vezes observamos que um policial, que deve dar proteção a sociedade, usar de seu expediente de repressão, de conter a população na sua reclamação, ou seja a necessidade de todos, é uma doença social que não apresenta-se, ou não se vê um tratamento adequado por parte do Estado e de seus parceiros uma vez que este é um Estado privatizado. Com isto é moda a criminalização da nossa sociedade e dos movimentos sociais. E qualquer manifestação a presença do Estado se faz com repressão, muita pancadaria e desrespeito. é um Estado totalitário em que estamos todos submetidos.
Se pensarmos em trabalhar coletivamente, esquecendo este capitalismo selvagem, este individualismo, temos com cuidado estar preparando para um outro processo, que consequentemente deverá ser transitório, ou seja o socialismo, que poderá vir num processo popular, porém as massas não tem as teorias revolucionárias pra revolucionar, que poderia vir num processo.
Este processo está na tomada do poder, na planificação econômica, visando uma melhor distribuição da riqueza, na possibilidade de todos ter acesso aos bens e serviços, como educação, cultura, ciências e tecnologia, a serviço da vida, da manutenção do bem-estar de todos, da saúde, no implemento de uma política justa, construída coletivamente no respeito democrático,da pluralidade, das diferenças, ouvindo a todas as vozes. Ou seja aventurando na certeza de criar um outra sociedade diferente desta em que a desigualdade, a perversidade capital, a tortura e a prisão, o exílio e a manipulação de informação, foi proposta enquanto ação governamental e instrumental no Brasil.
É preciso encarar essa aventura, o bem e o mal reside neste mundo, na construção do medo, o que permite-nos pensar e às vezes desesperar. A necessidade esta posta é preciso transformar, modificar e o estúdio disto tudo é a realidade, que nos deixa como um desafio. No fio da esperança em que temos que tricotar, bordar e organizar as massas, na ternura da existência, na camaradagem e na concepção da unidade entre todos os operadores e agentes da transformação, os trabalhadores.
Manoel Messias Pereira
professor, poeta, cronista
Membro da Academia de Letras do Brasil - ALB
Membro da Associação Rio-pretense de Escritores - ARPE
São Jose do Rio Preto -SP. Brasil
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