ONU alerta para demolições de residências palestinas realizadas por forças israelenses


ONU alerta para demolições de residências palestinas realizadas por forças israelenses

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Para o coordenador das Nações Unidas, Robert Piper, a destruição de residências de palestinos, supostamente envolvidos em ataques, violam o direito internacional, afetando, injustamente, famílias e vizinhos.
Autoridades israelenses demoliram estrutura residencial na comunidade palestina de Al Jiftlik Abu Al Ajaj, na Área C da Cisjordânia ocupada. Foto: OCHA
Autoridades israelenses demoliram estrutura residencial na comunidade palestina de Al Jiftlik Abu Al Ajaj, na Área C da Cisjordânia ocupada. Foto: OCHA
O coordenador das Nações Unidas para Assistência Humanitária e Atividades de Desenvolvimento no Território Palestino Ocupado, Robert Piper, chamou atenção nesta segunda-feira (16) para as demolições punitivas realizadas pelas forças de segurança de Israel contra residências de supostos agressores palestinos. Desde sábado (14), cinco casas foram destruídas, deixando 20 palestinos, entre eles, oito crianças, sem ter onde morar.
As operações também afetaram outros nove apartamentos adjacentes, que foram danificados e passaram a ser considerados inseguros. Nesta segunda-feira (16), durante mais uma demolição, no campo de refugiados de Qalandiya, confrontos entre policiais e pessoas que se manifestavam contra a destruição das residências deixaram dois palestinos mortos e mais nove feridos.
“Nós reconhecemos os sérios desafios de segurança de Israel hoje, mas qualquer resposta de aplicação da lei deve ser consistente com o direito internacional”, afirmou Piper. Segundo o coordenador da ONU, as demolições punitivas são injustas ao atingir não apenas os responsáveis por determinado crime, mas também parentes e vizinhos. Piper lembrou que penalidades coletivas são proibidas pelo direito internacional.
Desde junho de 2014, quando o governo israelense voltou a interditar residências após suspender a prática em 2005, 16 estruturas foram seladas, demolidas ou destruídas com explosivos, deslocando 90 palestinos, incluindo 51 crianças. Ao menos 12 apartamentos vizinhos tiveram danos que deslocaram, temporariamente, 55 pessoas.
Outros dois especialistas da ONU se manifestaram a respeito das tensões entre a população palestina e as autoridades israelenses. O relator especial das Nações Unidas para a situação dos direitos humanos no território palestino ocupado, Makarim Wibisono, e o relator sobre execuções sumárias, Christof Heyns, alertaram para o uso excessivo da força pela polícia israelense, cujas execuções durante prisões de palestinos supostamente envolvidos em ataques devem ser investigadas.
Na semana passada, uma operação de apreensão deixou um palestino morto num hospital em Hebrom. Na cidade, que fica na área da Cisjordânia ocupada, a proximidade entre colonos israelenses e cidadãos palestinos já provocou episódios de violência e confronto que podem se agravar, segundo os relatores das Nações Unidas.

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