Violência contra a mulher é a violação de direitos humanos mais tolerada no mundo, afirma ONU


‘Violência contra a mulher é a violação de direitos humanos mais tolerada no mundo’, afirma ONU


Diretora executiva da ONU Mulheres explica que a contínua presença da violência de gênero na sociedade é a mais clara marca de desigualdade. Agência pede por intervenções de prevenção à violência a partir de investigação sobre a questão.
Sede da ONU iluminada para pedir o fim da violência contra as mulheres. Foto: ONU/Eskinder Debebe
Sede da ONU iluminada para pedir o fim da violência contra as mulheres. Foto: ONU/Eskinder Debebe
A violência contra a mulher é “a violação de direitos humanos mais tolerada no mundo”, afirmou a diretora executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, no Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher, nesta quarta-feira (25), reiterando que é preciso enfrentar esse crime com urgência.
A diretora destacou que a violência de gênero acontece em grande parte por conta da desigualdade e discriminação contra a mulher, acrescentando que “sua contínua presença é uma das marcas mais claras do desequilíbrio das sociedades e mostramos determinação para mudar isso”.
Ela ressaltou o progresso alcançado em termos legislativos, citando que 125 países já adotaram leis contra o assédio sexual e 119 contra a violência doméstica. No entanto, apenas 52 países possuem leis contra o estupro conjugal. “Sabemos que os líderes, sejam eles CEOs, primeiros-ministros ou professores – podem estabelecer o tom de zero tolerância para a violência”, sublinhou.
“Apesar de não haver uma única solução para um problema tão complexo, há crescentes evidências de que certas ações podem impedir a violência antes que ela aconteça, especialmente se forem implementadas em paralelo. Além disso, investigações atualmente em curso vão gerar estratégias e intervenções mais definitivas de prevenção à violência”, ressaltou.
O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), em seu comunicado, mencionou a fraqueza de sistemas nacionais de prevenção, a falta de avaliação adequada dos riscos e a escassez ou baixa qualidade de dados como as maiores barreiras na prevenção do assassinato relacionado a questões de gênero e no desenvolvimento de estratégias significativas de prevenção.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, expressou preocupação em relação aos crimes cometidos contra mulheres e meninas em áreas de conflito, “que sofrem várias formas de violência, assédio sexual, escravidão sexual e tráfico. Extremistas violentos estão pervertendo os ensinamentos religiosos para justificar a subjugação e abuso de mulheres em massa”, declarou.
Ban destacou os programas de combate à violência de gênero em andamento da Organização, como a campanha “UNA-SE Pelo Fim da Violência contra as Mulheres” e a iniciativa ElesporElas (HeforShe), que propõe o engajamento de homens na promoção da igualdade de gênero. Ele também mencionou a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que inclui a igualdade entre mulheres e homens como uma das prioridades dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

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