As mães que vivem na zona de conflitos -ONU alerta
ONU alerta para perigos e desafios enfrentados por mães vivendo em zonas de conflito
A maternidade deveria ser uma
época de alegria, mas, para muitas mulheres que vivem em zonas de
conflito, ela vem acompanhada de perigo.
No domingo (14), dezenas de países do mundo comemoram o Dia das Mães. É um dia para celebrar as mães de todos os lugares, mas também um momento para refletir sobre os riscos que muitas delas ainda encontram em sua jornada para a maternidade — e o que podemos fazer em relação a isso.
A maternidade deveria ser uma época de alegria, mas, para muitas mulheres que vivem em zonas de conflito, ela vem acompanhada de perigos e desafios.No domingo (14), dezenas de países do mundo comemoram o Dia das Mães. É um dia para celebrar as mães de todos os lugares, mas também um momento para refletir sobre os riscos que muitas delas ainda encontram em sua jornada para a maternidade — e o que podemos fazer em relação a isso.
“Se tornar uma mãe e ter uma família sempre foi meu sonho. Mas nunca esperava que isso ocorreria nessas circunstâncias”, disse Fátima a trabalhadores humanitários em Homs, cidade da Síria afetada pela guerra.
Ela e seu marido, Essam, fugiram da violência brutal em Palmira no último outono do Hemisfério Norte, quando ela tinha menos de três meses de gravidez.
Buscaram abrigo em Homs, onde enfrentaram persistente insegurança, assim como desemprego, pobreza e acesso limitado a serviços de saúde. Enquanto a gravidez progredia, ela se tornava mais frágil.
No domingo (14), dezenas de países do mundo comemoram o Dia das Mães. É um dia para celebrar as mães de todos os lugares, mas também um momento para refletir sobre os riscos que muitas delas ainda encontram em sua jornada para a maternidade — e o que podemos fazer em relação a isso.
Mortes maternas são frequentes
Apesar de décadas de compromissos de governos e líderes, as mães continuam a morrer massivamente de causas perfeitamente evitáveis.Estimadas 303 mil mulheres morreram em 2015 por complicações no parto ou durante a gravidez, sendo que a maior parte desses problemas era evitável e tratável. Isso corresponde a uma morte materna a cada dois minutos.
Noventa e nove por cento dessas mortes ocorreram em países em desenvolvimento, devido a uma combinação de falta de investimento em sistemas de saúde, infraestrutura deficiente e pouca prioridade dada à saúde e aos direitos das mulheres.
Mulheres em crises humanitárias e em situação de fragilidade enfrentam alguns dos maiores desafios para o atendimento em saúde. Um aumento dramático das mortes maternas é frequentemente visto durante conflitos e desastres, e mesmo como efeito de crises humanitárias. Dados mostram que apenas 35 países considerados frágeis, afetados ou propensos a crises respondem por quase dois terços de todas as mortes maternas.
A crise síria foi devastadora para os civis. Estimadas 6,3 milhões de pessoas foram internamente deslocadas, e movimentos em massa de civis continuam, e em alguns casos se intensificam.
As mulheres estão pagando uma conta ainda mais alta. Estimadas 4,1 milhões de mulheres e meninas em idade reprodutiva são afetadas pelas crises — incluindo 360 mil grávidas. Todas essas meninas e mulheres requerem atendimento de saúde sexual e reprodutiva, serviços que incluem check-ups, informação de saúde, planejamento familiar e atendimento pré-natal. No entanto, o conflito interrompeu o acesso a esses serviços vitais.
Fátima, que poderia estar nessas estatísticas, felizmente conseguiu obter ajuda. Seus novos vizinhos sugeriram que ela visitasse uma clínica apoiada pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). Lá, os médicos verificaram que ela estava abaixo do peso e com falta de vitaminas e minerais essenciais.
Primeiramente, ela se sentiu culpada por estar fraca. “E se eu der a luz um bebê doente?”, questionou.
Mas ela começou a fazer check-ups regulares na clínica, onde o UNFPA a indicou para receber um voucher mensal, operado por seu parceiro, o Programa Mundial de Alimentos (PMA). Além de obter alimentos frescos, ela recebeu orientações sobre quais alimentos a ajudariam a manter uma gravidez saudável.
Com o tempo, a saúde de Fátima mostrou melhora firme. Seis meses depois, na clínica, ela deu à luz um menino, que ela chamou de Jad.
Alcançando aqueles em maior necessidade
No mundo, o UNFPA apoia a saúde sexual e reprodutiva, com foco especial em fornecer ajuda a mulheres e meninas em emergências humanitárias.A agência da ONU e seus parceiros mobilizam clínicas médicas, profissionais de saúde treinados e materiais de saúde, ajudando mulheres a administrar com segurança suas gestações e dar à luz em ambientes extremamente angustiantes.
Mesmo assim, muito mais precisa ser feito, incluindo fortalecer os sistemas de saúde e aumentar o acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva para todos, especialmente aqueles em crise.
Felizmente, para Fátima, as ameaças diminuíram, ao menos por enquanto. Ela continua a receber vouchers de alimentos do PMA, que ajudam-na a permanecer saudável enquanto cuida do pequeno Jad. Ela também recebe atendimento pós-natal de uma clínica do UNFPA.
“Tenho me alimentado e dado de mamar sem problemas”, disse.
Ela ganhou o hábito de indicar membros de sua comunidade tanto aos serviços do UNFPA como do PMA. Segundo ela, a ajuda recebida ajudou a aliviar algumas das dificuldades financeiras de sua família.
“Meu marido Essam e eu conseguimos agora gastar o pouco dinheiro que temos guardado para comprar fraldas e roupas para Jad”, disse, sorrindo.
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