Apesar de avanços políticos, terrorismo continua sendo maior ameaça na África Ocidental, afirma ONU


Apesar de avanços políticos, terrorismo continua sendo maior ameaça na África Ocidental, afirma ONU


Chefe do Escritório das Nações Unidas para a África Ocidental explica que grupos como o Boko Haram seguem adaptando suas táticas e usam cada vez mais crianças em ataques suicídas.
 Primeiro turno das eleições presidenciais na Guiné no dia 11 de outubro de 2015. Foto: PNUD
Primeiro turno das eleições presidenciais na Guiné no dia 11 de outubro de 2015. Foto: PNUD
Ressaltando as eleições pacíficas e credíveis em vários países da África Ocidental nos últimos seis meses, o representante especial do secretário-geral da ONU e chefe do Escritório das Nações Unidas para a África Ocidental (UNOWA), Mohamed Ibn Chambas, alertouna quinta-feira (14) que o extremismo violento e as atividades terroristas continuam sendo a maior ameaça à segurança e desenvolvimento da região.
“Enquanto alguns progressos foram feitos na luta contra o Boko Haram, o grupo terrorista continua seus ataques indiscriminados contra civis, não apenas na Nigéria, mas também no Níger, Chade e Camarões. O Boko Haram continua adaptando suas táticas, e está crescentemente recorrendo ao uso de meninos e meninas em ataques suicidas”, afirmou Chambas.
Sobre tráfico de drogas e crime organizado na esfera transnacional, o representante da ONU destacou o compromisso regional para lutar contra este flagelo, mas lamentou que o progresso esteja sendo mais lento na área de segurança marítima no Golfo, com o Centro de Coordenação Inter-Regional sem funcionar plenamente.
No entanto, ele também destacou os avanços políticos, como as eleições legislativas e presidenciais “com participação pacífica e responsável” em Burkina Faso, depois de tentativa de golpe do, à época, presidente, Michel Kafando, em setembro de 2015.
Chambas citou outros exemplos da região que apresentaram avanços políticos, como a Costa do Marfim, que teve eleições pacíficas recentemente, o diálogo iniciado na Guiné para viabilizar eleições, segundo a constituição, e a votação de novos governantes na Nigéria com objetivo de combater a corrupção.
Mais cinco eleições presidenciais estão marcadas para esse ano: em Benin, Cabo Verde, Gâmbia , Gana e Níger.
“No processo das eleições, eu vou continuar chamando as partes interessadas a usar o diálogo para resolver as questões pendentes a fim de criar um ambiente condutor de eleições pacíficas, credíveis e inclusivas”, concluiu Chambas.

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