Crônica - O grande espetáculo - Manoel Messias Pereira
O grande espetáculo
A dor física está ligada a nossa realidade física. Ela é planejada, planificada na quantidade absoluta da nossa incapacidade de luta. E na temeridade de nossa vida.
Tudo parece um grande espetáculo e muitas vezes somos assistentes de palco desta obra decadente outra vez somos os protagonistas. Mas existimos e estamos atuando.
Sócrates na antiga Grécia dizia que o mundo era uma grande harmonia e que os seres humanos os seres que quebrava essa harmonia.
A harmonia da vida é plenamente compreensível quando entendemos que há uma instalação feita pela natureza em que há aspectos físicos e biológicos, que há reinos animais, vegetais e minerais. Nós encontramos no solo a fauna a flora, nos animais, E assim ainda convivemos com os vermes, os vírus, as bactérias, fungos e todas outras formas de vida. Ainda encontramos os rios que geograficamente correm para o mar. E a harmonicamente a sempre há movimentos, ar, ventos, tempestades, terremotos, vulcões. É como aquilo que é mineral admitisse uma vida, como diziam no passado um espirito bravo. E é diante deste espetáculo que nós atuamos.
Nós os animais racionais, possuímos humanidades, somos detentores das ciências. Pensamos em construir e destruir a própria natureza, pra isto usamos cérebros, inteligências, investigações. e pra isto já ampliamos a nossa capacidade de matar, de ser sanguinários, de ceifar a vida do próximo. e estamos avançados neste quesito. Já construímos e experimentamos bomba atômica, bombas biológicas agente laranja, produzimos HIV, o Ebola. E socialmente o Boko Haran, o Estado Islâmico.
E no Brasil o Congresso Nacional. Que já consegue elaborar leis pra precarizar o trabalho do ser humano, retroagindo para o Século XVII, e desejam aguardar com muita ansiedade uma nova revolução burguesa em solo brasileiro. Pois é aqui que a burguesia ainda detém o seu poder econômico, político, social e institucional. A questão é que essa burguesia que patrocina esse congresso, que atende aos anseios desta classe social, que ao precarizar a vida, salário a dignidade de seus trabalhadores, estabelecendo o ritmo e a classificação num processo de escravidão legal, de humilhação total, eles tentam matar a galinha dos ovos de ouro, relembrando aquela fábula infantil.
Enquanto isto de forma idiota, observo sem entender nada, as passeatas e pessoas desejando ser golpeada militarmente. Há quem deseja as prisões, torturantes com requintes de crueldades. Sem esquecer que muitos já sentem-se presos socialmente, culturalmente, economicamente e até politicamente. Pois suas ações políticas é levantar bandeiras amarelas, num estágio pleno do golpismo fascista que se avizinha. E o espetáculo não para.
Uns ficam doentes e choram miseravelmente nas portas das UPAS da vida, sem médico e sem remédios, outros desejam remédios de alta complexidades e também não encontram nas Unidades Medicas de Especialidades as AMES, muitos hospitais recebem pacientes no chão, nas macas. Outra lição que a administração pública apresenta são salas de aulas lotadas como se fosse campo de concentração, falta papel, toner, e se der dor de barriga falta papel higiênico em algumas unidades escolares. E assim os alunos podem aprender como se destrói a vida e degrada-se os ambientes, dirigidos por burocratas, que usam leis, decretos, prisões, canalhices aos seus dispores.
Enquanto quem sente a dor física deve entender que ela faz parte da realidade, organizada, planejada e planificada na quantidade absoluta da nossa incapacidade de luta na temeridade da vida. Possibilitando pra isto a doce, dolorida e sofrida morte. Amém.
Manoel Messias Pereira
poeta e cronista
Membro da academia de letras do Brasil ALB
São José do Rio Preto -SP.
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