Artigo - A mídia golpista é representante do Poder Econômico - João Batista Costa



A mídia golpista é representante do Poder Econômico

Em países civilizados e democráticos, atuam jornais, revistas, rádios, canais de televisão, sites, blogs e fontes de informação em geral, em condições de expor ideias e defender interesses  os mais variados possíveis.

No Brasil, onde diz a voz das entranhas da terra, vigora e impera o jornalismo do pensamento único a serviço da exclusão social e da ideologia da classe dominante (a Casa Grande), de cunho reacionário e conservador de direita.

Eles são simplesmente medievais com todas as implicações da condição humana anterior à idade moderna. Espanto-me como o atual governo brasileiro, que pretendeu ser um governo de reformas para beneficiar os excluídos com programas sociais ainda não se deu conta de enxergar na mídia nativa o verdadeiro partido de oposição aos seus propósitos, partido disposto a cometer atos de descarada bandidagem.

Não há limites para os barões midiáticos e seus funcionários capachos, que de tudo fazem para agradar seus amos, manter seu emprego e privilégios de classe média alta.

Não se trata de um justa competição a bem da democracia e, sim, de um combate desleal sem tréguas e sem compromisso algum com a verdade factual.

Está claro que é um partido "sui generis" (autêntico) próprio de uma época de trevas.

Durante nossa história, com o advento da imprensa lida e falada e desde as primeiras revoluções sociais que mexeram com os interesses dos capitalistas (a emergente burguesia), a imprensa passou a ser o seu grande defensor, normalmente porque os donos dos orgãos de imprensa são também burgueses capitalistas.

Durante o governo ditatorial a fascista do Estado Novo no Brasil, na década de 1930, a imprensa foi fervorosamente e extremamente anticomunista, porque, na época, a burguesia temia as revoluções.

Na década  de 1940 , houve um pequeno recuo porque o nazifacismo perdeu a segunda grande guerra mundial para o exército vermelho da então União Soviética.

Já na década de 1950, como um camaleão, o governo do presidente Getúlio Vargas de nazifascista que era, virou um governo populista e, mais uma vez, a imprensa fez uma campanha golpista para derrubar Getúlio, já ele fazia pequenas barganhas em favor da população pobre para manter sua liderança. Mas nada de mudanças profundas, muito menos de revolução social.

Ainda assim, o poder econômico não aceita o mínimo que um governo possa fazer um benefício dos trabalhadores e tentou, com a ajuda da mídia golpista, derrubar o governo, mas o golpe foi frustrado porque Getúlio  suicidou-se.

A campanha pelo golpe não parou e continuou durante o governo de Juscelino Kubitschek. Depois, obrigaram o presidente Jânio Quadros a renunciar,e o grande golpe enfim foi dado no governo de João Goulart na noite de 31 de março e madrugada de 01 de abril de 1964. Ele foi patrocinado pelo imperialismo norte-americano, em aliança com o grande poder econômico brasileiro e colaboração máxima da grande imprensa (toda a mídia da época), tudo porque o governo de Jango fazia algumas políticas de reforma que beneficiavam os trabalhadores e os pobres; a burguesia e o imperialismo não aceitam qualquer ameaça a seus interesses.

Por conta disso, o Brasil sucumbiu a uma ditadura fascista que prendeu, torturou, exilou e assassinou todas as lideranças consideradas progressistas. A ditadura mudou nosso ensino e atrasou nosso país em um século com tudo o que não presta.

Ainda hoje, depois de toda essa história, a grande imprensa, a mídia conservadora racionária de direita, continua com sua ideologia.

Os jornalistas capachos do grande capital não seguem nenhuma regra metodológica muito menos ética e agem da forma mais submissa e dócil aos donos do grande capital, para quem chega e se arrastar como lombrigas nas fezes. Tudo para agradar seu amos e senhores para não perderem seus empregos porque se cagarem fora do penico estarão seriamente ameaçados. Não se lembra de que quando mais abaixam a cabeça, mais mostram a bunda.

Quando a mídia acusa por conjecturas, insistentemente influencia tanto a opinião pública quanto a Justiça a condenar hipoteticamente e induz boa parte da população que, limitada, não dispõe de meios para se informar da verdadeira notícia, dos fatos e, numa condição de adestros, reproduz as acusações sem provas feitas pela grande mídia.

Aí chegamos às trevas absolutas: para os amigos, dá-se um jeito, para os inimigos, aplica-se a lei da forma mais draconiana e sem prova, ou seja, dois pesos, duas medidas.

Marx, no século XIX já dizia que Lei é a expressão da vontade de quem domina. Por essas e outras, Lula e Dilma estão sendo investigados há mais de uma ano e, quando aparece suspeita contra seus governos, a mídia já faz acusações e fica comentando vários dias e meses até que se prove ao contrário. Quando isso acontece, eles não têm o menor escrúpulo em desmentir o que disseram durante todo o tempo, nem de se desculpar pelas acusações sem provas. Afinal, eles já sabiam que era mentira, mas gozam do benefício de não serem punidos.

Quando aparece a denúncia contra os amigos dos donos dos orgãos de imprensa, seus patrões, os jornalistas simplesmente ignoram e omitem a publicação.

Dependendo da atitude da mídia, uma verdade vira mentira e uma mentira vira verdade, e a população acaba sendo influenciada porque é o único veiculo de comunicação, de que ela dispõe para "se informar".

Por isso, acredito que vivemos e estamos mergulhados nas trevas absolutas.



João Batista Costa

militante político e escritor brasileiro
São José do Rio Preto- SP. 


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