Crônica Os caminhos entre a esperança e a angustia - Manoel Messias Pereira




Os caminhos entre a esperança e a angustia

Cada ser humano deve procura responder quem é o construtor desta realidade que cada um de nós vivenciamos, na nossa sociedade?

A busca desta resposta por cada um é sempre fundamental pra entendendo nas nossas relações humanas. Como elas são construídas sob que aspectos, bases e diretrizes. E compreendendo que todos nós num primeiro olhar parece que caminhamos para um funil em que não entendemos de princípio de onde saímos e nem vamos jamais entender qual é fim e onde chegaremos.

Cada ser humano é como um barco a deriva num mar imenso de tratados, leis, condicionamentos, desrespeitos, de desespero, envolvendo a vida e a morte. Penso que neste contexto o seres humanos, sejam homens, mulheres, de todas as orientações ideológicas, sexuais, religiosas, estabelecem-se numa dualidade, vivem numa louca aventura entre a esperança e a angustia.

A esperança de passar por essa vida, plantando sementes, colhendo frutos, trocando sentimentos, comercializando ilusões, acreditando em valores recebidos e pagando o seu tempo com o envelhecimento numa constante mutação. é nesta esperança que crê na necessidade de viver de buscar uma crença, cultuar um Deus. Ou cultura sob o limiar da sua existência.

A angustia é de grandeza igual, a esperança. É procurar caminhar neste funil, querendo descobrir o destino, mas caminhando sem saber. Pelos caminhos enfrentando bombas, rajadas de metralhadoras, homem com facões cortando as cabeças de outras pessoas da mesma espécies mas que ideologicamente não fala a mesma linguagem, não creem nos mesmos dogmas. E por isto ilustra a realidade em banhos de sangue aniquilando toda uma cultura ou civilização. Mas continuam caminhando ou seja construindo outros caminhos, abrindo novas janelas sem saber onde olhar. E temendo que a epopeia humana iniciada na África na Tanganica a milhões de anos e pode sim ter um fim.

O sectarismo, o exclusivismo são horrores que fabricam o fanatismo, como exemplo do IS como é conhecido o Estado Islâmico,que faz mal uso da palavra "islã" o Boko Haram, que são grupos que não aceita que a mulher estude. E ainda estes grupos sequestram meninas para que elas possam casar com os guerreiros destes grupos. Pelo menos é isto que apresenta-se na imprensa ocidental.

A combinação que de fatores para o desenvolvimento da esperança e da angustia, estabelece-se em alguns patamares interessantes, ou seja na política, na ciência, e nas Igrejas. Obviamente que cada qual com a sua especificidade porém cada qual podendo de fato, responder, ao se modo ao seu bel prazer todas as indagações sociais de maneira satisfatória ou não. Na política que dispões de políticos, sociólogos, historiadores, advogados, segundo o pensador e filósofo francês Roger Gaurady, precisava também de Profetas. O que discordo. E seguindo a linha de pensamento dele na Ciência em que buscam com sabedorias e reflexões sobre os objetivos está presa ao cientificismo e ao positivismo. E nisto ele questiona os tecnocratas científicos.

Nas Igrejas, para ele há uma mistura de clero e dogma. E ele vê a necessidade da fé como fermento. Mas pelo que entendi de sues pensamento essa fé transformou no Ópio. E isto retoma o camarada Karl Marx quando ele chegava a afirmava que a "Religião é o opio do povo". Mas para Gaurady está faltando místicas visionárias.

Mas partindo da ideia alicerçada na história, o que sabe-se é que os homens faz da vida, um conjuntos de respirações pautadas pelas angustias e esperanças e, para tanto sofrem semelhantes momentos vazios e convulsões, e sentem-se quase sempre a beira de um abismo.

Mas recordando ao samba canção do velho Cartola da Mangueira (Angenor de Oliveira), o abismo causado com seus próprios pés. Pés que alicerça os seus caminhares. Mas explicado pela sociologia de princípio usando a Igreja, a Escola e a instituição Familiar. E assim que os tais políticos no princípio do processo de industrialização acreditava que poderia conter os cidadãos na sua busca desenfreadas de direitos, de reivindicações capaz de dinamizar um acúmulo muito grande de seus sonhos e escancarar a fragilidade da organização política. Portanto para a política era necessário conter esse cidadão. Na sua angustia. E neste caso a Igreja foi também moderadora e usou da ilusão do messianismo, dos milagres, da crença num outro amanhã, na vinda ou na volta de um Salvador. E também conteve esses cidadãos. Na escola utilizou-se como aliás utiliza até hoje a ideologia da elite dominante, pra continuar dominando e manteve-se a ideia positivista e cientificista numa farsa, hierárquica e cheias de regras. Colaborando pra suas ações a instituições da Família, que recebeu informações repressoras, da Igreja e da escola. E reproduziu algumas etiquetas sociais.

Entendo que as respostas satisfatórias ou não parte sim de uma Fé. E nesta fé encontra-se a leitura da busca de uma felicidade. E com isto temos uma única certeza de que há elementos na vida que o homem precisa fazer. Portanto nada esta pronto e acabado, ele precisa continuar a transformar em cada segundo, em cada respiração e mudar a todos instantes, seu olhar e sua concepções validados por suas reflexões alicerçando seus pensamentos em viver. E não apenas viver pensando sem viver. Pensar e viver precisa de uma dinâmica. E a minha discordância com Gaurady em relação aos profetas, é que na política temos que ater as necessidades reais de uma população real, e o profeta parece ser aquele que advinha, mas não realiza o trabalho científico social, em relação aos levantamentos de dados, para por em prática uma teoria e uma ação. Pois teoria sem ação também como diria Lênin é perda de tempo.
E é nessa dinâmica que renasce a esperança dos povos, entendendo povos as massas de trabalhadores. Que precisa sim aprender a questionar o crescimento econômico, a serviço de quem é pra quem? E esse questionamento precisa ser para a classe dirigente política. Para as categorias econômicas. Para quem detém os meios de produção, incluindo assim os meios de instrumentos bélicos e todas as ações coordenadas. Uma explosão está a serviço de quem e pra quem? Qual é componente que há de místico? de fanatismo? de religioso? de científico? de humanitário? Isto tudo é resposta para as massas sociais e para a classe trabalhadora? Quando todos tiver essa resposta de forma satisfatória e num campo humanístico, penso que o povo passará a ter o controle da situação e ai sim estaremos de fato na busca efetiva de uma grande revolução popular. E talvez assim numa conjuntura socialista. Na qual precisaremos estar fazendo uma outra análise. E continuar a lógica perguntando que é o construtor dessa realidade. E tendo uma resposta diferente desta que temos hoje.


Manoel Messias Pereira

cronista
Membro da Academia de Letras do Brasil - ALB
Membro da Associação Rio -pretense de Escritores - ARPE
São José do Rio Preto -SP.


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