Crônica - A educação para emancipar os indivíduos - Manoel Messias Pereira


A Educação para emancipar os indivíduos

A todo o instante, sinto-me como um aluno que aprende, que respira  aprendizagem para com isto dar a minha contribuição num processo de ensino a aprendizagem. Sinto - me um ser lógico ou ilógico, na verdade sou um ser dialético, que articulo informações, que entendo a história, que interpreto as horas, mas o foco principal é levar os alunos a reflexões cotidiana, a se perguntar sobre a vida, questionar sobre os sistemas organizados, integrados. Sobre as ingerências políticas, sobre o concreto e o abstrato, sobre o público e o privado. A minha bandeira desfraldada, que desfilo é da emancipação intelectual e cultural dos indivíduos.

E para tanto penso a escola, não como uma ilusão, de bonecos de metais, como um local em que brincamos de soldadinhos de chumbos. Num lugar de castigos e punições, de desrespeitos e clemências e ação de ajoelhar, rezar e pedir para um ser em formação respeitar, os seres mais velhos. Coisas importantes, mas se tivéssemos, uma sociedade em que houvesse seres humanos, assumimos de fato seus filhos, ou sobrinhos como se fosse filhos. Ou seja dando para isto outros olhares como  das antigas formações familiares africanas. Em que as pessoas não respeitavam apenas as pessoas físicas, mas também as coisas espirituais e inclusive os seus ancestrais como parte da família.

O respeito é parte importante de qualquer processo educacional. Esse respeito pode vir com regras, como etiquetas, com o tato da compreensão de que o mundo pode acalmar toda uma sociedade. Desde que aja vida e respeito humano. Em que estes seres vivos estejam plenamente consciente que ninguém é uma ilha isolada e que todos podem ser um rede, de comunicação de um mundo em transformação. E nem todas as histórias estão contadas nos livros de história, mas ainda encantadas e talvez sofrendo a mutação da transformação.

O professor Dermival Saviani, quando fala da escola ele disse que na sociedade moderna se converteu na forma principal de desenvolvimento e educação. Na medida em que o eixo da produção se desloca do campo para a cidade, os trabalhadores precisam ter o domínio dos códigos formais. E para tal sugere um sistema Nacional de educação. Para resolver a questão da qualidade educacional a partir dar dinamismo a essa sociedade.

Enquanto isto sinto que temos o Estado pensando hoje em corte de verbas, preocupado em deter menos investimentos no setor educacional. E o próprio Estado é quem tem a regra do jogo. Está no setor público como o Legislativo, que penso que deveria estar preocupado em ter um mínimo de respeito e diálogo com os setores educacionais sejam sindicatos, associações, escolas públicas ouvindo todos e daí  criando o tal sistema da educação para melhorar a sua agenda como bom parlamentar sem fugir da responsabilidade de ter a escola com os ideais de liberdade de cátedra, clássica no processo do ensino, técnica no processo do aprender entendendo que o ser humano ele é tudo isto num mesmo ser e que a educação não pode constituir-se de remendo de frankesteinismo social.  Mas a educação  apresenta-se ao dividida em série, em etapas, a calendários, e não conseguem dar ou ter uma resposta formativa de acordo com a evolução do pensamento, da dinâmica das transformações das lógicas das existências. Enquanto há quem aprende rápido tem um raciocínio equilibrado outros tem uma lentidão intelectual, tem tempos diferentes mas todos estão seriados presos a um contexto em que o dinamismo se perde.

Embora isto tudo ocorre o discurso político diz que a educação é a prioridade. Mas a vários empresários do ramo da educação seja das editoras, que com o advento da internet, correram para patrocinar os políticos, e vender os seus produtos todos sistematizados num contexto liberal. Outros de escolas privadas também passaram a provocar, o fenômeno da existência de doações, e assim o setor público aos poucos desqualifica-se em qualidade, se prende na superficialidade, informa aos professores que é preciso ter essa educação rasteira pra poder incluir todos os seres possíveis no contexto educacional. Sabemos que não é isto. E que essa desqualificação, é parte de um sucateamento intelectual em que é preciso rebaixar-se para dizer que o sistema público esta falindo e que é preciso privatizar-se num contexto do neo-liberalismo. E com isto temos o crescimento de uma rede particular em que o importante é atender as leis pensadas por deputados e governadores, que não desejam sentar pra ouvir todos os setores e muito menos dos trabalhadores que sentem-se como servidores públicos e são enquanto funcionários. Sabemos que não há um sistema particular de Educação mas há uma rede particular educacional. Ou seja há escola privada preparando-se melhor no seu ensino clássico, e treinando os seus alunos pra ter facilidade maior na rede superior de ensino público. Garantindo o seu status -quos de qualidade. E conseguindo excluir de vez o grupo provindo da rede pública.

O que entendemos com isto que quando o ser humano da rede pública reivindica a cota, universitária para alunos da rede pública,  há uma negação, tanto por parte de alguns educadores, quanto por parte da sociedade brasileira. Não que tenha apenas um processo de desrespeito, de preconceitos, de discriminações, racismo e tudo mais. Tem isto e mais algumas coisas como homofobia, xenofobia machismo e outras doenças sociais das mais desgraçadas possíveis. Mas também tem a noção desta desqualificação que o Estado promove nas suas instituições. E a lógica é simples, qual é o pensamento que orienta todas ações do Estado? Não é o neo-liberalismo? E nos últimos vinte anos no Brasil, o Estado não saiu da economia com o processo do estado mínimo processando privatizações? E isto tudo não levou a um aumento considerável dos serviços que deveriam ser públicos porem com concessões passaram a serem privados? É evidente que ao responder essas indagações chegamos num contexto. Por que com a mercadoria educação essa prática seria evitada? Sem entrar no mérito de quem opera essas ações ideológicas, se é PSDB ou PT, ou outra sigla quaisquer.

Pois bem essas perguntas todas ficam como uma boa reflexão. Respondendo-as, cada ser humano, cada educador vai qualificando-se.


Manoel Messias Pereira

Cronista
São José do Rio Preto -SP.Brasil


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