Crônica - Leninismo - Manoel Messias Pereira


  1. Leninismo
    Observando o tempo, em que seres contemporâneos discutem estruturas parecidas com aquelas conjunturas do séculos passados, a questão é que problemas existem acumulam e as soluções, não provém da paixão ou do amor ao próximo como pregam os religiosos, mas como ensinou Karl Marx, o "capitalismo criou o proletariado como classe em si". E essa classe muitas vezes adquire uma ideia, da classe capitalista, falam como se fossem empresários, ou outras vezes como que a relação entre o empregado e o patrão fossem somente de compartilhamento, de colaborador. No entanto essa relação traz dois problemas o patrão não é teu amigo, mas um oponente pela luta de classe, tem o trabalhador
    como um instrumento de sua riqueza, do processo de exploração por meio da mais valia. O patrão vive com o lucro e o empregado de salário, que muitas vezes, tem valor econômico, que mal cobre as despesas da residência do trabalhador.
    Com essa exposição inicial, já entendemos que o trabalhador ou proletário, precisa libertar da falsa consciência de classe e adquirir a consciência da razão, pois é abraçado nela que deriva a consciência de classe em floresce a expectativa dela transformar-se em consciência revolucionária.
    Marx no passado criticou os sociais democratas por sempre apelar para o povo, ao invés de dirigir-se a uma classe, que assim possa servir -se do Estado em benefício do trabalhador, por reclamar a justa repartição do trabalho.
    As ideias de Marx, foi com certeza instrumentalizada por Vladimir Ilitch Ulianov que ficou conhecido por Lênin, o que foi chamado por Zinoviev como "leninismo". A história de Lênin é bastante interessante, pois quando Karl Marx pensou e escreveu sobre o socialismo os três pontos importantes era a crítica ao capitalismo inglês, que estabeleceu o crescimento econômico da classe burguesa, e possibilitou o trabalho operário de forma a explorar a mão -de- obra disponível de maneira intensa, com baixa remuneração e locais de trabalhos muitas vezes insalubres. As condições de trabalhos precisavam melhorar assim como havia as condições de moradias, quase inadequadas para o bem estar do trabalhador. E aliado a esse contexto o desenvolvimento da Revolução industrial aliada a revolução científica, alicerçada pelos valores liberais do mundo capitalista. Com isto desenvolvia-se as máquinas e sobravam o desemprego para os trabalhadores. E essa crítica ao sistema capitalista era sim num país rico e industrializado. Porém a práxis de Lênin vai ocorrer num país agrário, atrasado monárquico teocrático. Em que a população passava até certas necessidades básicas.
    E neste cenário que o marxismo enraíza-se, e começa a ter um caráter de princípio metafísico, religioso, e até ateísta. Porém um ateísmo com caráter de fanatismo religioso de princípio. Mas o importante é que Lênin assim como Engels entenderam que a essência do processo do conhecimento da matéria na consciência humana. Pois todos os seres humanos precisam de matérias orgânicas pra alimentar-se, assim como precisam de roupas calçados. Além de um lar, de lazer. E o mundo em movimento vai se refletindo no conhecimento humano e na evolução deste conhecimento.
    Não há como falar em Lênin, sem lembrar no Bolchevismo, que na verdade foi o ponto de confluência de todos os revolucionários russos, de Leon Trotsky a Vladimir Ilitch Ulianov o Lênin.
    Totsky disse "Cheguei a Lênin mais tarde que os outros, mas por meu próprio caminho, tendo atravessado e refletido sobre a experiência da revolução e da guerra imperialista, cheguei mais forte."
    Observando o cientista social Luckács ele disse "É preciso romper com a espontaneidade. Através deste rompimento é possível conhecer as forças atuante da sociedade, sua orientação, sua regularidade, e as possibilidades de influência - las."
    E na Rússia Lênin falava da dualidade de poderes, junto o governo provisório e o governo burguês. Se formou um outro governo, os sovietes de deputados, operários e soldados e o que ele percebeu era que o poder estava deslocando das instituições.
    Lênin nunca tratava os problemas ideológicos como fins em si próprio, mas como ponto de vista de conveniência tática e estratégica. E há quem afirme que a "Teoria do Conhecimento" de Lênin é um realismo ingênuo. Porém Lênin guarda o ponto de vista da terminologia, conserva a designação de materialismo porque a palavra realismo acabou sendo esvaziada pelos positivistas. E assim a noção realista da realidade chama-se noção filosófica da matéria.
    Portanto observando o trabalhador contemporâneo, vemos que ele precisa de uma formação política e de uma manutenção para identificar a sua classe. E como alguém que incorpora essa classe trabalhadora há necessidade da organização partidária na construção da vanguarda, no debate fundamental. É preciso assumir e tomar conta do país. E as condições para tal é expandir as ideias revolucionarias, criar condições para que elas criem raízes em toda camada operária e camponesa. Ter um trabalho em célula por locais de trabalho, de estudos ou de convivência profissional. Que estabeleçam projetos relevantes, que todos os trabalhadores não perca de vista a sua classe não abandone suas trincheiras de luta. Pois a arte de viver bem, de traçar poemas exaltando uma cultura proletária é com certeza como dizia Zinoviev, o "leninismo", que devemos seguir, na construção da identidade operária.

    Manoel Messias Pereira
    Cronista
    Membro da Academia de Letras do Brasil - ALB
    São José do Rio Preto -SP. Brasil

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