Poesia - A torturada - Manoel Messias Pereira

A torturada


Ela a prisioneira
do próprio tempo
Ainda nas minhas lembranças
guardo -a  beldade munida
  megafone chorando, gemendo
gritando por seus fantasmas
olhando no espelho
não querendo ser tocada
como uma falsificação de mulher
postas aos pedaços
em meus braços.
A ditadura levou a sua identidade
e me deixou a dor, com tanta intensidade
sem entender
o que foi e o que ficou.
Ela prisoneira
do próprio tempo
Se perdeu num passado.
Em que a ditadura levou sua identidade
e como uma falsificação de mulher
postou -a em meus braços
aos pedaços.
De forma lânguida e melancólica.


Manoel Messias Pereira

poeta

Membro da Academia de Letras do Brasil -ALB
São José do Rio Preto-SP. Brasil

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