Crônica - A Pátria refletida - Manoel Messias Pereira
A Pátria refletida
Estamos convivendo com uma nova revolução industrial, em que observamos o desenvolvimento da informática, da robótica, da mecanização da lavoura, da construção inteligente, da automação nas atividades econômicas secundárias e terciárias e o desenvolvimento da atividade econômica quaternária, com maior intensidade ao lado de uma psêudo preocupação com a preservação ambiental, a biodiversidade e a adoção de leis como do patenteamento, o pagamento de royalts e com isto vimos a um tempo não muito distante, ações políticas internacionais como algo de um moda, como a adoção de blocos econômicos, como o Nafta, o Mercosul, a CEI, UE, os Tigres Asiáticos e outros mais que apareceram, e aos poucos vão se desfazendo-se diante de conjunturas adversas a própria dinâmica da sociedade do mundo capitalista.
O Nafta considerado o Acordo de Livre comércio da América do Norte, que englobava os Estados Unidos da América, o Canadá, e ao México e tinha como meta real impedira as reformas econômicas no México, que em 1990, durante um seminário ocorrido em setembro em Washington foi considerado um perigo. E este consistia na possibilidade de um alabo nas relações com os países cujo governos praticassem politicas nacionalistas e que o México tornasse uma democracia (submissa) ao capital e aos ditames americanos. Pois para os Estados Unidos da América é intolerável o resultado de democracias não esperada por Washington. No entendimento americano, os principais beneficiários dos recursos de um país devem ser os investidores americanos.
No Brasil, o chamado no passado de Colosso do Sul, lendo o historiador Gerald Haine, um homem da Cia que elabora estudo de fundo histórico para a inteligência americana, observa-se que o Brasil é um grande campo para as experiências tecnológicas de desenvolvimento ou seja uma grande cobaia. Lendo o pensador e linguista estadunidense Noam Chomsky, a doutrina norte-americana é de que os ricos devem assaltar os pobres ou os países potencialmente ricos mas que se passa como pobres como o Brasil, que possuem terras, água potável, petróleo, ferro, manganês, tem sol, desenvolvimento científico quaternário e um corpo universitário bem implementado e uma população que dá tranquilamente pra ser manipulada. E John Foster Dulles nos anos sessenta informou ao Conselho de Segurança Nacional que a elite latino americana era como criancinha, sem capacidade de autogovernar. Mas outro ponto a ser levantado deve ser a tal Alca, que ninguém mais está falando. Uma espécie de Nova Doutrina Monrôe , que tem o Mercosul como inimigo numero um na Américas e o representante da Casa Branca num passado remoto como Charlene Barshesfsky em depoimento no Senado Americano não mediu palavras para dizer que o Mercosul não deveria ter surgido, pois para os Estados Unidos da América é um entrave. Enquanto na época para o Brasil o Mercosul era uma prioridade e o Ministro Lampréia na época diz que era inevitável que o Mercosul fosse diluído.
Os desejos do Mercado Comum do Cone Sul, era o entendimento eliminando barreiras alfandegárias, abrindo brechas no mercado de dominações imperialistas econômicas, e para isto teve algumas considerações, inclusive por parte da Alca, que não desejava perder os espaços comerciais.
Outro assunto é o trabalhador, de toda a América o que estaria perdendo neste contexto capitalista, diante das resoluções comerciais, industriais e tecnológicas dos blocos. E daí vem me amente o antigo ministro da França do século XVIII Jacques Necker, que sustentou em 1778, que a proteção do trabalho só poderia ser assegurada por uma ação internacional. E com isto vimos as camadas operárias apoiarem a burguesia, com as suas críticas sociais e rompendo com a nobreza feudal e absolutista.
A minha perspectiva hoje seria que as Centrais Sindicais , lembrassem da máxima dita no Manifesto Comunista por Marx e Engels quando ele afirma "proletários uni-vos", mas por mais experiências que todas essas centrais do sindicalismo brasileiro possam possuir historicamente acumuladas elas encontram desintegradas entre si, multiplicadas, e agora se vem diante de uma reforma dita pelo governo, golpista de Michel Temer, que já afirma com certeza de que muitas organizações sindicais são apenas de fachadas e que nunca participaram de qualquer negociações para a defesa de seus associados. E vemos a fragilidades destas centrais que até o momento não saíram em defesa dos sindicatos que vem sendo atacados, nem mesmo com a oposição politica de linha centro esquerda no Congresso Nacional.
Hoje os trabalhadores aqueles que não possuem o capital, pois no sistema capitalista é ótimo para o capitalista, mas para o trabalhador sempre foi de luta, dificuldades e precariedades de vida. E diante deste sofrimento humano, temos a ideia da Reforma Trabalhista, que deseja retirar direitos com a tal flexibilização dos direitos nas relações trabalhistas, temos a tal Reforma Previdenciária que pode aumentar o tempo de contribuição e forçar pra todos pagar e morrer sem aposentar, sem fazer o usufruto destes valores despendidos ao longo dos anos para o governo. Sem contar com as mudanças outras que vem indiretamente para deixar a vida muito mais difícil para a classe trabalhadora.
No Wiklearks consta que o atual presidente Michel Temer foi informante dos Estados Unidos do Brasil, conforme documentos publicados dia 12 de maio de 2016, e que teria falado via telegrama pelo menos no dia 11/01/2006 numa quarta feira as 14h02, e no dia 21/06/2006 e passava a visão de como o Brasil estava quando o Luís Inácio Lula da Silva foi reeleito. E num contexto fora informado que Fernando Henrique Cardoso roubou dos pobres para dar aos ricos e que Lula roubou dos ricos para dar aos pobres. E que o PMDB, tinha a maior bancada no congresso e fosse quem ganhasse as eleições deveriam que reportar ao PMDB, para governar.
Parece que as palavras de Edward Snowde, agente da Cia refugiado na Rússia tem certas coerências ele que revelou que os EUA, monitorou o governo Lula e o governo Dilma, assim como outros líderes da América Latina. As notícias as vezes são faladas, escritas, televisionadas, e até ficam na Internet e as pessoas ficam dando ou não crédito as informações, pois parece as vezes coisas de ficção científica, de filmes. De arte. Mas vale lembrar do recente encontro de Michel Temer com o Vice presidente americano Joe Biden que ressaltou a importância do Brasil, na liderança regional e global e disse que os Estados Unidos investirá em 34 projetos de infraestrutura por aqui, desde de aeroportos, rodovias, mineração e que os leilões devem realizados até 2018. Eu penso que o Brasil será totalmente descapitalizado nacionalmente, e que isto aqui será sim uma dependência colonial dos EUA. Embora eu possa estar equivocado. Sou humano evidentemente.
Manoel Messias Pereira
Cronista, poeta, professor
Membro da Academia de Letras do Brasil - ALB
São José do Rio Preto - SP. Brasil
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