Cronica - Uma reflexão petrolífera - Manoel Messias Pereira
Uma reflexão petrolífera
A história da Petrobras, tem inicio com o anuncio por Monteiro Lobato, de que no Brasil havia petróleo. Essa afirmação teve até prisão para ele. E há quem dizia fica escrevendo sobre personagens infantis e não diga bobagem. Mas Lobato continuou e logo o que se viu foi uma Campanha, intitulada a Petróleo é Nosso.
Numa reportagem de Mauro Santayana, ele ressalta a luta pela criação da empresa, uma luta bela e consagradora. E no seu texto ele diz que essa empresa que foi criticada, vilipendiada, atacada desde o início por aqueles que recusavam acreditar na capacidade de realização da gente brasileira. E até achavam que era melhor entregar toda a reserva para as petroleiras inglesas e estadunidense. Mas descobriram petróleo nas 200 milhas de nosso mar territorial, e assim os brasileiros desenvolveram e aprimorou técnicas científicas para explorar o petróleo em oceano. E hoje é respeitada internacionalmente. E há alguns anos que se passaram vi numa reportagem chamada de panorama econômico escrito por Alvaro Queiroz, que as grande potências econômicas e militares não escondem o propósito de reforçarem o monopólio do saber, e a união da ciência tecnológica hoje é o principal fator de produção, mas que povos indiferentes a essa realidade estarão condenadas a perpetuarem o atraso e colecionarem apenas desvantagens na divisão internacional do trabalho. E aliada a isto a execução de uma política de desenvolvimento tecnológico com ênfase no segmento estratégico da indústria como o petróleo a energia elétrica, a energia nuclear, a telecomunicação entre outros chegou a criar uma massa crítica. Foi um despertar de consciência.
No Ano de 2007 - A Petrobrás anunciou a descoberta de uma enorme reserva de petróleo e gás natural, localizada em águas profundas de Tupi, na Bacia de Santos. O petróleo está na camada pré-sal (mais de 5 mil metros abaixo do nível do mar) e Tupi tem um volume estimado de 5 a 8 bilhões de barris, o que representa 60% das reservas até então conhecida do país, de aproximadamente 14 bilhões de barris. E em outubro anunciou-se de que o campo de libra tinha um potencial entre 3,7 bilhões e 15 bilhões de barris. E o provável que contenha cerca de 7,9 bilhões. O anuncio causou um impacto.
Em 02/12/2010- a Câmara Federal aprovou a mudança na forma da exploração do petróleo no pré-sal, trocando o regime de concessão pela partilha o que reforça o papel da Petrobrás nas operações das extrações de petróleo.
O que chama a atenção é que há vinte anos atrás, lia uma reportagem de Beatriz Bissio, intitulada Petróleo para a Paz, na qual a ministra de Angola na época Sra. Albina Faria, realçava a importância do setor. Um país de independência muito jovem e apresentava uma produção de 650 mil barris por dia, e com esse montante de recursos dava início ao processo da reconstrução do país, numa tentativa de reerguer a economia do país. E Angola de diamantes, de excelente culinária, de boas música, mostrava a sua maior riqueza que era o Petróleo.
E assim como Angola viu o Petróleo para a Paz, é fato recordar de que em Teerã, em agosto de 1953, os serviços secretos estadunidense e britânico derrubaram o governo iraniano de Mohammed Mossadeg, portanto o primeiro golpe de Estado em Teerã foi movido pelo petróleo.
No período em que o governo do PSDB, tinha nas mãos o executivo deste país, houve uma luta para vender todas as empresas e todo o patrimônio nacional energético. Mas a Petrobrás ainda conseguiu permanecer naquele antigo sonho de que o Petróleo é nosso.
A ex-presidente Dilma Rousseff, assim que tomou conhecimento da questão em relação ao pré-sal, diz em bom som de que parte destes recursos ela aplicaria na Educação. Mas havia boatos de que isto já estaria sendo negociado com outros países, mas até então nada concreto.
A imprensa tratou de fazer sua parte no golpe e fazia reportagens toda ela voltado para estabelecer que havia problemas financeiros e que a empresa estatal estava mal das pernas, como popularmente dizem nas rodas de amigos. Porém esse foi o fato que movimentou todo o processo da Operação Lava Jato, contra a pseudo corrupção. Porém esse não era um fato principal sobre a acusação que pegava a presidente da Republica. E sim as famosas pedaladas fiscais, que ao parecer para nós leigos em administração pública era um jogo contábil, e pelo visto quase todos os presidentes já fizeram isto assim como prefeitos e governadores, ficou muito evidente esse fato, nos discursos de acusações e defesas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal
Teve inicio um processo de impeachment que nós já desconfiamos, que ela iria cair desde o princípio, primeiro numa comparação feita com o processo de Fernando Collor de Melo, que inclusive foi condenado pela Câmara dos Deputados e Senado e absorvido no Supremo Tribunal. O que se viu foi um teatro de tragicomédia. Desde que foi eleita ela teve que ficar provando que foi vencedora do pleito. De princípio alegava que teve fraudes, pediu recontagens de votos, depois que ela mentiu na campanha, e assim foi sempre impedindo a governabilidade. Inclusive tendo o Congresso não aprovando as contas do período anterior. E o que dizem a maioria dos golpistas de que ela perdeu a capacidade de governar.
Do teatro de operações ela saiu derrotada e assumiu o governo ilegítimo, usurpador criticado em todo o mundo, não reconhecido até hoje. Tendo o mundo todo especialistas dizendo que houve foi um golpe de Estado. Já aprendemos a entender de Golpes, afinal esse é um país que mantem um DNA, de golpes, desde a sua Independência, a sua Republica, depois no período de Getúlio, depois de 1964 e muitas vezes atendendo interesses externos, como a Operação Broter Sam, em plena guerra, Fria, a Operação Condor, que não foi estabelecida exclusivamente no Brasil mas em toda a América, além da Operação Bandeirantes, período de enorme violência, onde calam-se intelectualidade, matam filhos e pais de família, desrespeitam toda Declaração Universal dos Direito Humanos, numa ditadura civil e militar totalmente nociva e insana ética e mentalmente.
E a ideia de que o Petróleo é nosso tão propagado no passado, pode deixar de ser, os entreguistas estão no poder, num show de horror, feito por PMDB e PSDB, agora já falam em cortar direitos acumulados, em vender a água aquífero Guarany, falam em vender o petróleo. Enfim em lapidar o patrimônio ou melhor emprestando as palavras do Senador Requião, destruindo o que resta em relação aos direitos sociais, e economizando em saúde e educação. E pedindo que durante vinte anos, ninguém morra, adoeça ou nasça. Uma tarefa diabólica que o nosso legislativo na sua maioria aplaude, como num filme de horror, de sangues e vampiros antigos.
E nesta perspectivas macabras, a brasileiros que não fogem a lutam e pensam estar numa democracia e expor as suas ideias as suas indignações, que não atingem somente os trabalhadores mas até mesmo o médio comerciante. Pois quando Temer diz que precisa cortar o 13.Salário, gostaria de ver como fica as vendas de Natal sem que ninguém tenha o dinheiro para comprar. Sem dizer que isto é imoral, pois os dias do 13.salário, são dias já trabalhados e não pagos por uma série de questões, que qualquer recursos humanos podem expor explicitamente. Mas quando reclamam destas coisas temos principalmente em São Paulo a policia de Geraldo Alkmin com a ordem superior de atropelar, manifestantes, de cegar pessoas, bater na imprensa. E digo isto entendendo que há uma corporação militar na polícia e que por certo há uma hierarquia e o chefe do Executivo é o governador, a não ser que eu esteja completamente enganado. Se estiver o problema é mais sério do que eu penso.
Manoel Messias Pereira
cronista, poeta
Membro da Academia de Letras do Brasil - ALB
São José do Rio Preto - SP.
Comentários
Postar um comentário