Crônica - O tempo passa as avenidas- Manoel Messias Pereira


O tempo passa as avenidas

O cantor Taiguara quando escreveu  a canção "que as criança cantem livre", ele entoa a sua poesia de maneira harmônica, com as seguintes palavras "o tempo passa e atravessa as avenidas/E o fruto cresce, pesa e enverga o velho pé/E o vento forte quebra as telhas e vidraças e o livro sábio deixa em branco o que não é".

Exatamente a dez anos, o escritor e jornalista rio-pretense Lelé Arantes escrevia no jornal "Bom dia" um texto chamado "A benção do Mestre", na qual ele falava de Antonio Roberto Vasconcelos, o velho militante comunista que nasce em Botafogo no Rio de Janeiro, foi vereador em Campo Grande _MS, ajudou a reorganizar o Partido Comunista Brasileiro em são José do Rio Preto-SP, terra em que morreu e foi sepultado em Nova Aliança-SP.

Lelé conta que o velho militante deixou duas lágrima passear pela sua face, usando da mesma expressão que ele escreveu no jornal "lagrimas arrancadas do âmago da alma pela emoção, ao ler uma carta escrita de próprio punho no passado ex-ministro da justiça", e atualmente senador por São Paulo Senhor Aloísio Nunes Ferreira Filho. E junto da carta um boletim narrando um pouca da trajetória politica do Velho Vasco. Segundo Lelé era uma carta com tom nostálgico e o sentimento de gratidão. E o jornalista acrescenta que e isso não é coisa muito usual partindo de Aluísio, não é homem de demonstrar esses sentimentos.

E talvez por isto que o velho comunista chorou, nunca foi um ser de esconder emoções e sim usando as palavras de Lelé, " um guerreiro acostumados a alegrar-se com as vitórias e lamentar as derrotas, mas um ser forjado em fogo incandescente das lutas clandestinas que soube enfrentar as perseguições do regime de força.

Graças a pena extremada da caneta de Antonio Lelé Arante, registrando momentos efusivos no cenário político da cidade de são José do Rio Preto-SP,  que podemos trazer a tona essa lembrança, que faz no seu texto a referência do festão da legalidade do Partido,  na Praça d. José Marcondes, que fez-me lembrar do grande guerreiro Ordênio hoje também já falecido, com sua barraca com café e pastelzinho, O senhor Catão que também já esta presente no Orun, o sorriso belo de Marco Aurélio Breseghello, que estava com uma camiseta escrita URSS  ao lado da Lina e da professora Lúcia Maria Galli, (falecida), um dia de gala pra todos nós com o show do grupo de pagode do PCB, e o show de Vieira e Vierinha, de Lúcio e Sergio e nossa querida Cristina Buarque de Holanda. E ainda hoje observo todo o grupo do partidão no município e vejo os remanescentes daquela época o Valter de Luca, com sua barba branca como névoas como quem já atravessou mais de 60 invernos, o Valdemar Rodrigues Pereira filho o o professor Vade, e por fim e eu mesmo.

Hoje recordamos desta figura imensamente saudosa como o Velho Vasco, que tens um Centro cultural em seu nome na cidade de São José do Rio preto-SP., um homem que nasceu cresceu como o fruto que envergou o velho pé da existência. Partiu sim para eternidade, deixou os comunista dando um grito de presente, presente presente. Ou seja sempre estará conosco, com lembranças das suas belas análise politico sociais. Mas deixando um legado que permitem que as crianças cantem livre como escreveu o velho poeta Taiguara que também já partiu.

A liberdade é um passo importante, pra quem deseja respirar respeito entre os seres da mesma espécies. E o tempo que passa e atravessa a avenida, vestidos de verde amarelo. é o tempo dos fascistas, dos capitalistas, da burguesia que sempre lucraram com o ouro, o petróleo, com os preços altos, com os juros bancários. E a população chamada de massa, aquela que só sabe votar pelas desesperanças pre estabelecidas de forma ideológica pra manter os péssimos serviços públicos vivem ai abandonadas, nas filas intermináveis, dos péssimos atendimentos públicos.Como disse o poeta o sabio deixa o livro em branco que não é.

Enquanto que nós devemo, sim continuar nossa luta na construção de um poder popular. Entendendo que há uma necessidade a de preparar o povo para que possa de fato assumir um poder construído na ação coletiva, na unidade das categorias, de forma feminista de pensar, na leitura anti-racista, anti capitalista, anti fascista e sim numa democracia direta. E nunca podemos esquecer o do legado de velho Vasconcelos um comunista de fato que conviveu com pouco dinheiro, muito sustos, prisões, fugas e redenção, foi jornalista, contador, foi padeiro foi militante,profissional do partido, ajudou os Pais de Santo a organizar-se, perdeu a patente do exército por seu legado ideológico, sempre ao lado de dona Alda.  Uma mulher, espirita sempre companheira, que lhe deu os filhos, criou-os  entre o amor e o sentimento da existência de um mundo novo.


Manoel Messias Pereira

cronista
Membro da Academia de Letras do Brasil - ALB
São José do Rio Preto -SP. Brasil

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