Moradores de Aleppo fogem do frio e da fome
Relato ao ACNUR: moradores de Aleppo fogem do frio e da fome
Alto Comissariado das Nações
Unidas para Refugiados (ACNUR) está ampliando a resposta humanitária em
Aleppo, onde conflito já deslocou cerca de 40 mil civis. Em abrigo no
oeste da cidade síria, eles relatam fuga da fome e do frio.
Mohammad, de 16 anos, e a família fugiram da fome abandonando a casa e
se esquivando de balas de atiradores pelas ruas de Aleppo. “Estávamos
morrendo de fome no leste de Aleppo, tivemos que partir”, contou ele ao
Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), quando
encontrou segurança num abrigo no oeste da cidade síria.“Costumávamos ganhar sacos de pão, mas não recebemos mais essa ajuda e restou apenas arroz. Depois que o arroz acabou e o preço dos alimentos subiu, não conseguimos mais arcar com os custos”, contou. Na fuga pela cidade devastada, correndo de esconderijo em esconderijo, o pai de Mohammad se separou do grupo.
A família chegou à fábrica de algodão Mahalej, abrigo temporário onde o ACNUR distribui roupas de inverno, cobertores, colchões, sacos de dormir, água e comida. Enquanto a irmã Ahlam – “sonhos”, em árabe – brinca ao fundo, Mohammad diz que ainda não sabe o que aconteceu com o pai.
Mohammad e Ahlam integram o grupo de pessoas recentemente deslocadas de Aleppo, que antes do conflito era importante centro comercial e a maior cidade da Síria. A feroz batalha pelo lado oriental da cidade, que esteve sob o controle da oposição durante os últimos quatro anos, forçou cerca de 40 mil civis a buscarem segurança no oeste, controlado pelo governo nas últimas semanas. Os números não são precisos e podem ser ainda maiores.
Homens, mulheres e crianças que chegam a abrigos contam detalhes angustiantes sobre semanas de bombardeio e escassez de alimentos, de cuidados médicos e de combustível para aquecimento. Nos últimos cinco meses, a luta impediu a chegada de ajuda humanitária ao leste da cidade.
Além de itens de socorro essenciais, o ACNUR está oferecendo serviços de aconselhamento e proteção aos recém-chegados traumatizados, incluindo muitas crianças. Bader, de 12 anos, que perdeu a mãe antes do início da crise, estava encolhido dentro do abrigo junto do pai, da madrasta e de seis irmãos. “Senti muito frio e fome nos últimos 10 dias”, disse Bader, olhos brilhando com lágrimas. “Tínhamos uma casa, mas foi completamente destruída. Foi muito chocante ver nossa casa em ruínas”.
Aziza estava senda no chão ao lado de duas filhas num dos grandes hangares transformados em abrigos. “Quando chegamos aqui, percebi que estávamos amaldiçoados com o deslocamento. Tenho muito medo do que o futuro nos reserva, especialmente para minhas filhas”, afirmou.
O ACNUR e seus parceiros estão ampliando a resposta humanitária em Aleppo, oferecendo alimentação, água e proteção e buscando abrigos seguros para civis forçados a deixar suas casas. Você pode ajudá-los com um clique em doar.acnur.org.
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